Em editorial publicado no domingo, 11 de maio de 2025, o jornal Folha de S.Paulo destaca que a política fiscal expansionista do governo Luiz Inácio Lula da Silva tem dificultado os esforços do Banco Central (BC) para controlar a inflação, forçando a manutenção de juros elevados. O Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou a taxa Selic para 14,75% ao ano, o maior patamar desde 2006, em decisão unânime para enfrentar a inflação persistente em um contexto global volátil.
O Copom identificou riscos como a alta dos preços de serviços, os estímulos governamentais ao consumo e a guerra comercial liderada pelos Estados Unidos. Apesar de sinalizar que o ciclo de altas pode estar próximo do fim, o BC mantém cautela, criticando a falta de medidas fiscais robustas. “O Copom, majoritariamente composto por indicados de Lula, aponta que a política fiscal deteriora as expectativas”, observa a Folha. Enquanto o BC tenta desacelerar a economia, o governo acelera programas de incentivo ao consumo, dificultando o controle inflacionário e prolongando a necessidade de juros altos, o que afeta famílias e empresas.
A valorização do real, impulsionada por fatores externos como o enfraquecimento do dólar após medidas protecionistas de Donald Trump, tem aliviado os preços de energia e produtos industriais. Contudo, esse movimento não reflete avanços na política econômica brasileira, mas sim a fuga de capitais dos EUA, que fortalece moedas de emergentes como o Brasil. Isso gera inflação nos EUA e risco de recessão global.
O BC projeta inflação acima da meta de 3% até meados de 2027, pressionada pelo desequilíbrio fiscal e pela relutância do governo em reduzir gastos. O Copom, formado majoritariamente por indicados de Lula, alerta que a política fiscal eleva a percepção de risco, dificultando sua missão. “Um compromisso crível com a redução do déficit público poderia baixar as projeções do IPCA”, diz a Folha. No entanto, o Planalto prioriza medidas para minimizar danos políticos e sustentar a popularidade de Lula, segundo o editorial, segundo a Revista Oeste.