O romancista Michel Houellebecq afirmou ao jornal dinamarquês Information: “A submissão é como uma granada de mão que se ativa lentamente”. Ele explicou: “Na França, ainda não chegamos lá, mas a situação é como o início do romance. É um processo lento, mas é para onde as coisas estão indo”.
A que processo ele se refere? “Um movimento claro de adaptação ao Islã. Claro, é difícil prever o que e quando vai acontecer. Mas a direção é clara”.
Esse processo agora também se manifesta nos Estados Unidos.
Nova York está prestes a ter seu primeiro prefeito muçulmano, Zohran Mamdani.
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Vimos como esse “modelo Houellebecq” (a aliança entre islamistas e a esquerda) funcionou não apenas em Londres, com seu prefeito muçulmano, mas também em cidades britânicas como Birmingham e Luton, com o primeiro primeiro-ministro muçulmano da Europa na Escócia, na aliança da esquerda francesa com mesquitas e em “Bruxellistan”, para citar apenas alguns exemplos.
Há um vídeo que parece feito com inteligência artificial, mas vem da conta oficial do primeiro-ministro britânico Keir Starmer. Starmer está em uma mesquita – parece o Paquistão, mas é Londres. Ele está lá para falar sobre a “luta contra a islamofobia” e sobre como o governo trabalhista alocou mais milhões de libras para mesquitas. Ao lado de numerosas mulheres em burcas, um menino com capuz passa e uma menininha vestindo um manto negro macabro, coberto da cabeça aos pés. Ela nem chegou à puberdade.
Uma cena que não incomoda ninguém – nem a secretária do Interior Shabana Mahmood nem o primeiro-ministro Starmer, que, quando perguntado “o que é uma mulher”, respondeu: “99,9% das mulheres não têm pênis”.
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No Wokistan, só a autopercepção conta: todo o resto é patriarcado e islamização.
Mamdani não poderia ter vencido sem o apoio de nova-iorquinos progressistas, muitos dos quais – especialmente jovens – abraçam a “globalização da Intifada”.
A democracia ocidental agora treme sob o peso de suas contradições insanas.
Nos últimos dois anos, vimos manifestações pró-terroristas de Gaza: não foi um “novo 1968”, como sugeriram alguns jornalistas ingênuos, mas um sinal de uma nova aliança demográfica que poderia coroar o crescente muçulmano em Nova York.
A verdadeira ameaça doméstica na América de hoje não vem da Segunda Emenda. Ela vem de campi e salas de conferência reluzentes, de pessoas agitando bandeiras estrangeiras e cantando “Intifada” nos gramados da Ivy League, de radicais de fundos fiduciários (Mamdani é rico, embora se chame de “socialista”) que chamam a América de “lixo colonialista” enquanto se beneficiam dela.
Eles não estão aqui para reformar. Estão aqui para substituir. E, no final, o que importa é a demografia.
Há alguns anos, o prefeito democrata de Nova York, Eric Adams, decidiu que o chamado islâmico à oração seria transmitido publicamente toda sexta-feira e durante o Ramadã – sem necessidade de permissões.
O Islã já estava tomando pedaços do Sonho Americano antes de Mamdani. Vá a Dearborn, Michigan: é um califado.
Se eu tivesse que apostar entre o halal islâmico e o ocidental sem filhos, não teria dúvida sobre quem vencerá. E quando a ilusão desabar, nada restará além de ruínas, um arrependimento tardio pela liberdade perdida e algum historiador estudando como o Ocidente acabou assim.
De acordo com o Israel National News, Giulio Meotti é um jornalista italiano do Il Foglio e escreve uma coluna duas vezes por semana para o Arutz Sheva. Ele é autor, em inglês, do livro “A New Shoah”, que pesquisou as histórias pessoais das vítimas de terror em Israel, publicado pela Encounter, e de “J’Accuse: the Vatican Against Israel”, publicado pela Mantua Books, além de livros em italiano. Seus escritos apareceram em publicações como Wall Street Journal, Gatestone, Frontpage e Commentary.









