(Mikhail Klimentyev, Kremlin Pool Photo via AP) / Fox News / Reprodução

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, afirmou estar pronto para realizar outra reunião presencial com o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, indicando o interesse de Moscou em manter canais diplomáticos abertos, mesmo sem alterar suas condições para encerrar a guerra na Ucrânia.

A proposta foi entregue à agência estatal de notícias RIA Novosti e divulgada inicialmente pela Reuters no domingo.

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Lavrov declarou que ele e o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, reconhecem a necessidade de comunicação regular, importante para discutir a questão ucraniana e avançar na agenda bilateral, razão pela qual mantêm contatos telefônicos e estão dispostos a realizar encontros presenciais quando necessário.

Esse movimento diplomático ocorre dias após um grande teste de armas russo que aumentou as tensões, quando o presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou que o país realizou um teste bem-sucedido de um torpedo subaquático de propulsão nuclear.

Dois dias depois, em 31 de outubro, os Estados Unidos cancelaram uma cúpula planejada em Budapeste entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, devido à postura firme da Rússia em demandas rigorosas sobre a Ucrânia.

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Desde o início deste ano, os dois lados realizaram várias rodadas de negociações.

Em 18 de fevereiro, em Riad, Rubio e Lavrov lideraram delegações que concordaram em restaurar as operações normais das missões diplomáticas e estabelecer equipes técnicas.

Uma reunião subsequente ocorreu em 27 de fevereiro, em Istambul, com foco no acesso a embaixadas, pessoal, serviços bancários e restauração de voos diretos.

Os dois se reuniram novamente em 10 de julho, em Kuala Lumpur, onde Rubio transmitiu uma mensagem franca expressando a frustração do presidente dos EUA, Donald Trump, com a falta de flexibilidade da Rússia.

Em 24 de setembro, durante a Assembleia Geral da ONU em Nova York, Rubio pressionou Moscou novamente para adotar passos significativos em direção a uma resolução duradoura, conforme relato do Departamento de Estado dos EUA.

De acordo com o Fox News, um jornalista russo falando de Moscou sob condição de anonimato afirmou que o teste nuclear deve ser interpretado como sinalização política.

Ele explicou que, no momento, Rússia e Estados Unidos estão se testando no campo diplomático, e a agitação com o teste nuclear é uma alavanca diplomática e nada mais.

Trump e Putin estão tentando jogar o cartão do presidente louco de Nixon para ver quem recua primeiro e testar reações.

Ele acrescentou que o Kremlin permanece comprometido com seus objetivos na Ucrânia, querendo alcançar o objetivo da operação militar especial e prosseguindo em ritmo constante até que a Ucrânia desmorone ou algo mais aconteça.

Rumores de que Lavrov havia perdido o favor intensificaram-se quando ele faltou a uma importante reunião no Kremlin, mas em 07 de novembro o Kremlin descartou as especulações, conforme relatado pela Reuters.

O jornalista de Moscou confirmou a informação, dizendo que o Kremlin negou esses rumores duas vezes, o que indica que Lavrov não está em desgraça, pois na Rússia os oficiais em desgraça geralmente perdem o cargo antes que o público saiba.

Ele observou que Lavrov abordou publicamente vários assuntos ontem, então aparentemente está firme na cadeira do Ministério das Relações Exteriores.

Lavrov também reiterou as condições da Rússia para encerrar a guerra, afirmando que ninguém questiona a integridade territorial da Rússia e a escolha dos residentes da Crimeia, Donbas e Novorossiya, e que Moscou espera confirmação dos EUA de que os acordos anteriores de Anchorage sobre ativos congelados permanecem em vigor, conforme relatado pela Reuters.

O Departamento de Estado dos EUA não respondeu a um pedido de comentário antes da publicação.

Essa informação é contextualizada em 10 de novembro de 2025, refletindo eventos recentes e passados no cenário diplomático entre Rússia e Estados Unidos.

Efrat Lachter é uma repórter investigativa e correspondente de guerra, com trabalho em 40 países, incluindo Ucrânia, Rússia, Iraque, Síria, Sudão e Afeganistão. Ela recebeu a Bolsa Knight-Wallace de Jornalismo em 2024 e pode ser seguida no X em @efratlachter.

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