O Tesouro Nacional reprovou a tentativa dos Correios de captar R$ 20 bilhões por meio de um consórcio de bancos. O órgão, ligado ao Ministério da Fazenda, considerou abusiva a taxa de 136% do CDI proposta pelos credores.
A estatal pretendia contratar o empréstimo com garantia da União, envolvendo instituições como Banco do Brasil, BTG Pactual, Citibank e Safra. A diretoria dos Correios planejava utilizar os recursos para fortalecer o caixa e implementar o plano de reestruturação.
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A proposta incluía juros próximos de 18% ao ano. No entanto, o limite estabelecido pelo Tesouro para esse tipo de financiamento é de 120% do CDI.
O conselho de administração da estatal aprovou a operação na última sexta-feira, 28 de novembro de 2025. Mas a equipe do Ministério da Fazenda vetou o modelo atual durante uma reunião realizada nesta terça-feira, 2 de dezembro de 2025, em Brasília.
De acordo com o Revista Oeste, em nota, a estatal informou que continua avaliando alternativas para garantir liquidez imediata. Técnicos dos Correios estão em diálogo com ministérios na tentativa de manter os planos de recuperação financeira.
Antes da reprovação do Tesouro, o Ministério Público já havia alertado que o empréstimo corria o risco de se transformar em uma espécie de “Bolsa Banco”. Segundo o órgão, com o aval da União, as instituições teriam segurança quase total, mesmo em caso de eventual calote dos Correios.
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Além disso, o Ministério Público criticou a possível mudança em um decreto que regula a gestão de estatais. A alteração permitiria a concessão de garantias mesmo quando a taxa excede o teto de referência.
Os Correios acumulam mais de três anos no vermelho e projetam perdas de até R$ 10 bilhões em 2025. Para 2026, a previsão é ainda mais grave: um rombo de até R$ 23 bilhões.









