O primeiro-ministro do Líbano, Nawaf Salam, comentou os avanços recentes no comitê de monitoramento do cessar-fogo entre Israel e o Líbano. Em entrevista à Al Jazeera, ele afirmou que a inclusão de um ex-diplomata libanês na delegação conta com proteção política e um amplo apoio nacional. Salam criticou Israel por exagerar o significado dessa medida, destacando que o Líbano não está iniciando negociações de paz com Israel.
Essas declarações ocorreram antes da reunião de quarta-feira em Naqoura, onde o comitê se reuniu pela primeira vez com representantes civis de Israel e do Líbano. Até então, as sessões envolviam apenas oficiais militares.
A delegação de Israel foi liderada pelo Dr. Uri Resnick, do Conselho de Segurança Nacional de Israel, enquanto a equipe libanesa foi chefiada pelo advogado Simon Karam, ex-embaixador do Líbano nos Estados Unidos. As discussões visaram promover o diálogo civil e econômico, com a presença de representantes internacionais.
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De acordo com o Israel National News, fontes diplomáticas indicam que essa fase das conversas busca impulsionar as discussões reais e criar a impressão de um processo de normalização. A iniciativa veio após pressão da vice-enviada especial dos EUA para o Oriente Médio, Morgan Ortagus, sobre Beirute para incluir figuras civis.
O gabinete do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, confirmou a reunião e informou que ele instruiu o diretor interino do Conselho de Segurança Nacional de Israel a enviar um representante em seu nome. O gabinete acrescentou que a ação representa uma tentativa inicial de estabelecer bases para relações e cooperação econômica entre Israel e o Líbano.
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Em resposta à descrição de Netanyahu sobre a inclusão libanesa de um ex-diplomata como um passo para a normalização, Salam disse à Al Jazeera que o primeiro-ministro de Israel exagerou. Ele reforçou que o Líbano não está entrando em negociações de paz com Israel e repetiu que qualquer debate sobre normalização depende estritamente de avanços no processo de paz mais amplo.
Salam mencionou que o Líbano recebeu mensagens de Israel alertando sobre uma possível escalada, embora esses avisos não estejam vinculados a prazos específicos. Ele acrescentou que enviados que visitaram Beirute recentemente avaliaram a situação como perigosa e propensa a piorar.
O primeiro-ministro também reafirmou sua posição sobre o papel do Hezbollah, declarando que o grupo deve entregar suas armas como parte de sua participação no projeto de construção do Estado. “As armas do Hezbollah não detiveram Israel e não protegeram o Líbano”, afirmou, acrescentando que o Estado recuperou a autoridade para decidir sobre questões de guerra e paz.
Salam enfatizou que o Líbano não permitirá aventuras que levem a uma nova guerra, dizendo que o país deve tirar lições da experiência de apoiar Gaza.









