O Supremo Tribunal Federal do Brasil inicia, nesta sexta-feira, 05 de dezembro de 2025, o julgamento sobre o marco temporal para a demarcação de terras indígenas. Essa ação representa um novo estágio na controvérsia que envolve os Três Poderes e gera apreensão entre entidades de produtores rurais.
Em entrevista ao Jornal da Oeste, Primeira Edição, nesta quinta-feira, 04 de dezembro de 2025, o presidente da Associação do Agronegócio do Extremo-Sul da Bahia (Agronex), Mateus Bonfim, alertou para os perigos se o marco temporal for derrubado pela Suprema Corte. O representante dos agricultores enfatizou que isso representaria um risco à soberania nacional.
Bonfim explicou que muitas pessoas se autodeclaram indígenas, mesmo sem sê-lo. “São mestiços, filhos de europeus, misturados com negros e indígenas”, afirmou. “Querem terras. Quando se autodeclaram indígenas, o Estado pode conceder um direito superior ao brasileiro comum, que não declarou ser índio. Imagine mais de um milhão de pessoas se declarando. Se o marco temporal cair, vamos mergulhar em uma insegurança jurídica.”
PUBLICIDADE
O presidente da Agronex também apontou que ONGs se beneficiam da situação para obter lucros. “Os territórios têm minérios”, disse. “O indígena não pode vender nem arrendar. Não há autonomia. Só pode viver nas terras. Quem manda, na verdade, é a Fundação Nacional dos Povos Indígenas, que exerce um controle sobre os territórios. São 118 milhões de hectares. É maior que São Paulo, Bahia, Rio de Janeiro e Espírito Santo juntos. Não há 1 milhão de pessoas vivendo nessas terras.”
Para Bonfim, isso reflete uma tendência totalitária, comunista e socialista, sob o pretexto de cuidar dos índios.
De acordo com o Revista Oeste, nos últimos anos, os agricultores do extremo-sul da Bahia têm enfrentado invasões e ataques por parte de comunidades indígenas. Segundo Bonfim, mais de 90 propriedades foram invadidas por grupos que, conforme ele, se autodeclaram indígenas.
PUBLICIDADE
No fim de outubro, criminosos assassinaram Amauri Sena dos Santos, de 37 anos, e seu pai, Alberto Carlos dos Santos, de 60 anos. O crime aconteceu em Itamaraju (BA). De acordo com o presidente da Agronex, o clima de tensão se agrava devido à atuação de facções criminosas nessas áreas.
Moradores da região relatam um ambiente de medo após o atentado. O produtor rural José Geraldo Favarato declarou à TV Globo que indígenas o expulsaram da fazenda onde morava. “Pegaram um trabalhador meu que estava na plantação de cacau”, contou. “O espancaram e o expulsaram. Minha vida acabou.”









