Revista Oeste / Reprodução

A troca de comando no Centro Acadêmico XI de Agosto, da Universidade de São Paulo (USP), iniciou com uma perda significativa: o escritório Krakowiak Advogados encerrou sua parceria com a entidade que representa os alunos da Faculdade de Direito.

A decisão ocorreu após a crise desencadeada pela palestra de André Lajst, presidente da Stand With Us, realizada em 17 de novembro, quando um protesto interrompeu o evento.

O rompimento põe fim a anos de trabalho gratuito prestado pelos advogados Leo e Ricardo Krakowiak em ações tributárias para o centro acadêmico.

Ex-alunos da USP, eles expressaram em carta que ficaram perplexos com a postura pública da antiga administração ao criticar a presença de Lajst.

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De acordo com o Revista Oeste, os advogados manifestaram indignação com a nota publicada nas redes sociais, classificada por eles como de caráter antissemita.

A publicação que gerou o desgaste circulou no começo de novembro.

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O grupo que concluiu o mandato em segunda-feira 1º escreveu que rejeitava a presença de sionistas nas Arcadas, acusou o convidado de legitimar ocupação e afirmou que o evento não deveria ocorrer.

Eles removeram o post do ar, e o presidente da gestão que deixou o cargo optou por não comentar o caso.

A professora de Direito Internacional Maristela Basso organizou o encontro como parte de um ciclo de debates que já havia recebido convidados pró-Palestina.

Desta vez, o objetivo era apresentar a visão israelense sobre o cenário no Oriente Médio.

No entanto, o ambiente se deteriorou logo no início, com estudantes e ativistas pró-Palestina entoando gritos como genocida e impedindo repetidamente que Lajst concluísse frases.

Apoiadores de Israel reagiram, transformando a discussão em um confronto verbal, e Maristela encerrou a atividade sem abrir espaço para perguntas.

O diretor da Faculdade de Direito, Celso Campilongo, criticou o tumulto.

Ele afirmou que a universidade precisa garantir pluralidade de ideias e destacou que impedir um convidado de falar contraria o ambiente acadêmico.

Campilongo lembrou que a instituição já recebeu diversos palestrantes palestinos, mas poucas vozes da comunidade judaica.

Ao comentar a confusão, o diretor lamentou que o evento não tenha prosseguido.

Segundo ele, manifestações com faixas e bandeiras são legítimas, mas a estratégia de bloquear a fala do convidado inviabilizou o debate.

Com o início da nova gestão no Centro Acadêmico, ainda não está claro se a entidade adotará outra postura nas discussões internas sobre o tema ou se revisará a comunicação usada no episódio que provocou o rompimento com os advogados.

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