O governo de Cuba divulgou, nesta segunda-feira, 08 de dezembro de 2025, a sentença de prisão perpétua contra o ex-ministro da Economia Alejandro Gil. O processo foi realizado de forma sigilosa, longe da imprensa desde o início das investigações, e envolve acusações de espionagem e práticas ilícitas relacionadas ao uso do cargo.
As autoridades cubanas relataram que Gil manipulou documentos oficiais e repassou informações sensíveis. O tribunal aponta que ele recebeu recursos de companhias estrangeiras e utilizou a estrutura estatal para obter ganhos pessoais. No entanto, os detalhes específicos das denúncias permanecem em sigilo.
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A Justiça cubana impôs ainda outra pena de 20 anos de prisão, decorrente de um processo paralelo que tratou de tráfico de influência, suborno e evasão fiscal. Ambos os julgamentos ocorreram em um tribunal no oeste de Havana. Pela legislação cubana, a pena máxima prevê recurso automático, exigindo uma nova análise judicial.
De acordo com o Revista Oeste, Gil ocupou o cargo de ministro da Economia de Cuba entre 2018 e 2024. Ele se destacou por liderar, em 2021, uma das reformas monetárias mais amplas já tentadas na ilha. A iniciativa não obteve o efeito esperado e agravou problemas em uma economia já fragilizada. O governo cubano afastou o ex-ministro em fevereiro de 2025, e ele desapareceu da cena pública, o que gerou especulações até o início dos julgamentos.
As autoridades cubanas afirmam que esse episódio é o mais significativo envolvendo corrupção desde 1989, quando o general Arnaldo Ochoa, figura histórica da revolução, foi condenado e executado por envolvimento com o narcotráfico. Em Cuba, crimes de espionagem podem resultar em penas de dez a 30 anos de reclusão, com possibilidade de prisão perpétua ou pena de morte.
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A agência Reuters informou que não conseguiu contato com o ex-ministro nem com seus representantes legais. Gil terá dez dias para apresentar recurso contra as novas condenações.









