Revista Oeste / Reprodução

Os Correios recorreram ao Tribunal Superior do Trabalho (TST) para tentar renegociar salários e benefícios de seus funcionários, em meio a uma grave crise financeira na estatal. A administração busca maior flexibilidade em cláusulas do acordo coletivo que vão além do previsto na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e que, de acordo com avaliações internas, estão pressionando as contas da empresa.

Representantes dos empregados defendem a recomposição total da inflação e a manutenção dos benefícios extras já concedidos, o que levou ao impasse agora levado ao tribunal. Um dos pontos mais críticos é o mecanismo de ponto por exceção, que permite o registro de horas extras sem compensação quando o funcionário encerra a jornada antes do horário padrão. A diretoria argumenta que essa regra prejudica a produtividade.

A primeira reunião aconteceu na quinta-feira, 11 de dezembro de 2025, sob a condução do vice-presidente do TST, ministro Guilherme Caputo. Ele é o responsável por mediar as discussões antes de uma possível abertura de dissídio coletivo. Conforme relatado por Revista Oeste, o tribunal trata o caso como prioritário e planeja realizar encontros extensos para evitar paralisações, o que pioraria a operação dos Correios.

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O acordo coletivo atual, assinado em setembro de 2024 e prorrogado até 15 de dezembro, não deve ser renovado pela empresa. Essa decisão não acaba com todos os benefícios adicionais, mas dá mais margem de manobra à gestão. A estatal pretende manter auxílios de baixo impacto orçamentário, como o repasse de R$ 1.030,58 para empregados com dependentes com deficiência.

O TST trabalha para concluir a mediação antes do Natal, embora não descarte negociações mais prolongadas. A urgência é reforçada pela situação financeira: a despesa com pessoal chegará a R$ 15,1 bilhões neste ano, o que representa quase dois terços dos gastos correntes da estatal. Em 2026, o plano de reestruturação prevê o desligamento de 10 mil empregados, com outros 5 mil em 2027, por meio do programa de demissão voluntária. A projeção é de uma economia anual de R$ 1,4 bilhão.

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