Moradores da Grande São Paulo continuam lidando com a falta de energia elétrica após a passagem de um ciclone extratropical pelo estado. Em certos bairros da capital, o corte de luz já dura mais de 50 horas. A concessionária Enel não divulgou um prazo para a restauração total do serviço.
No pico do problema, cerca de 2,2 milhões de imóveis ficaram sem eletricidade nesta quinta-feira, 11 de dezembro de 2025. O número diminuiu ao longo do dia, mas aumentou novamente em alguns momentos. À noite, mais de 1,3 milhão de clientes ainda estavam sem luz na Região Metropolitana de São Paulo.
Além da interrupção no fornecimento de energia, o vendaval causou outros impactos. Moradores enfrentaram cortes no abastecimento de água, aeroportos tiveram atrasos em voos e a cidade registrou mais de mil árvores derrubadas. Outros 300 mil imóveis passaram a ter problemas no fornecimento de água.
A lentidão na recuperação do serviço renovou as críticas à performance da Enel. Esse é o quinto grande apagão em pouco mais de dois anos. Desde novembro de 2023, incidentes semelhantes se repetem, sempre com uma retomada lenta da energia.
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Em um desses episódios anteriores, 2 milhões de imóveis ficaram sem luz, e centenas de milhares continuaram no escuro mesmo após um dia inteiro de trabalhos.
A situação levou o governador Tarcísio de Freitas, do partido Republicanos, a endurecer as críticas à empresa. Ele defendeu novamente a caducidade do contrato de concessão e afirmou que o estado se tornou refém da concessionária.
“Temos um contrato muito antigo que está no Ministério de Minas e Energia e que tem a regulação que cabe à Aneel”, disse Tarcísio. “Precisamos de investimentos para tornar a rede automatizada porque todos os anos vamos ter eventos climáticos.”
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Tarcísio também destacou que o plano de contingência apresentado pela empresa não funcionou. De acordo com ele, o número de equipes no local não foi suficiente para lidar com a escala do apagão.
De acordo com o Revista Oeste, o Ministério Público de São Paulo começou a monitorar o caso. A Procuradoria-Geral de Justiça designou a Promotoria de Defesa do Consumidor para tomar medidas que garantam o ressarcimento aos consumidores afetados, especialmente por perdas de alimentos, medicamentos e equipamentos.
Em resposta, a Enel alega que partes da rede sofreram danos extensos. Segundo a empresa, o restabelecimento é mais complexo em áreas que demandam reconstrução completa da infraestrutura, incluindo troca de postes, transformadores e cabos.
A concessionária informou que mobilizou equipes desde os primeiros relatos de falta de energia e que mais de 500 mil clientes tiveram o fornecimento restabelecido nas ações iniciais. Ainda assim, a capital paulista concentrou mais de 900 mil imóveis sem luz, o que representa mais de 15% do total.









