O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, mantiveram uma conversa telefônica reservada na semana passada.
Durante o diálogo, o venezuelano recebeu do líder petista uma declaração de apoio contra possíveis ações dos Estados Unidos no país latino-americano.
PUBLICIDADE
Fontes informaram que o tom da conversa foi amistoso, com Lula expressando preocupação sobre o assédio militar norte-americano no Caribe e reafirmando sua disposição para oferecer ajuda.
O telefonema ocorreu na terça-feira, 02 de dezembro de 2025, sendo o primeiro neste ano.
Os ultimatos do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, exigindo que o ditador renuncie e deixe o país, não foram citados nem por Maduro nem por Lula.
O Brasil não pretende pressionar Maduro para abandonar o governo da Venezuela, conforme declarou o assessor especial Celso Amorim.
PUBLICIDADE
A razão exata para o telefonema não foi revelada, mas fontes indicam que, para o Brasil, preservar uma linha de comunicação é estratégico, especialmente diante das negociações entre Maduro e Trump, o que poderia abrir caminho para um papel de mediação.
A visita recente do empresário brasileiro Joesley Batista a Caracas também foi vista como relevante para retomar o contato.
Autoridades brasileiras negaram qualquer participação do governo na agenda de Batista com o ditador venezuelano, mas admitiram que o encontro afetou as avaliações sobre o timing da reaproximação.
Maduro raramente sai da Venezuela, devido ao temor de detenções no exterior em meio ao crescimento de denúncias internacionais.
Agências da ONU reconhecem violações de direitos humanos pelo ditador, incluindo perseguição a opositores políticos e repressão a protestos contra o regime.
Outros países, como a Turquia, buscam mediar um acordo entre os EUA e a Venezuela.
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, contatou Maduro no fim de semana anterior, e os governos confirmaram oficialmente a troca de análises sobre o cenário militar dos EUA no Caribe.
No Brasil, o contato recente com Maduro não recebeu divulgação oficial.
Lula tem se posicionado contra a pressão militar norte-americana, inclusive em discurso na última Assembleia-Geral da ONU.
Na conversa, Maduro negou a Lula as acusações dos EUA de que ele lidera um cartel e qualificou como absurda a noção de que drogas consumidas em território norte-americano saem da Venezuela.
Lula e Maduro sempre foram aliados.
O petista recebeu o ditador no Brasil em 2023, com honras de chefe de Estado.
O relacionamento sofreu um abalo em 2024, após denúncias comprovadas por órgãos independentes de que o ditador fraudou as eleições de julho daquele ano.
O governo brasileiro decidiu não reconhecer os resultados eleitorais do Conselho Nacional Eleitoral do regime e, meses depois, não apoiou a entrada da Venezuela no Brics, proposta pela Rússia e pela China durante a cúpula em Kazan.
O impasse também resultou na suspensão das negociações sobre a dívida da Venezuela com o Brasil.
A ditadura deve cerca de US$ 1 bilhão, valor emprestado por governos petistas ao regime venezuelano.
De acordo com o Revista Oeste, Lula minimizou a tensão entre os EUA e a Venezuela.
Conforme relatado por Revista Oeste, a informação vem da coluna de Janaina Figueiredo, do O Globo.









