No dia 21 de julho de 2025, o Irã anunciou que realizará reuniões com a Rússia e a China na próxima terça-feira, em uma tentativa de contornar as sanções automáticas da ONU, enquanto se aproxima o prazo para um acordo nuclear. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Esmail Baghaei, afirmou durante uma coletiva de imprensa na segunda-feira que o país está em constante consulta com esses dois países para evitar a ativação do mecanismo de sanções ou mitigar suas consequências. “Temos posições alinhadas e boas relações”, disse ele.
De acordo com o Fox News, tanto a China quanto a Rússia são signatárias do Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA) de 2015, um acordo que não conseguiu acabar com as ambições nucleares do Irã após a retirada dos EUA do acordo durante a primeira presidência de Trump em 2018 e os subsequentes avanços nucleares de Teerã.
Em 14 de março de 2025, o Ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, se reuniu com o Vice-Ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Ryabkov, e o Vice-Ministro das Relações Exteriores do Irã, Kazem Gharibabadi, em Pequim, para discutir a questão nuclear iraniana.
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O Irã prometeu retaliar caso o Conselho de Segurança da ONU imponha sanções automáticas no aniversário do acordo nuclear. A notícia da reunião iminente veio uma semana após a França, a Alemanha e o Reino Unido anunciarem que imporiam sanções automáticas a Teerã se o país não assinar um novo acordo nuclear até o final de agosto.
Ainda não está claro o que precisaria ser incluído em um novo acordo nuclear, e o Irã ainda não retomou as negociações nucleares com os EUA após Washington ter realizado ataques significativos contra suas principais instalações atômicas no último mês, em coordenação com Israel.
O mecanismo de sanções automáticas foi reservado sob o JCPOA e permite que qualquer signatário do acordo reative sanções internacionais rigorosas contra o Irã, a serem impostas por todos os 15 membros do Conselho de Segurança da ONU, incluindo Rússia e China, caso Teerã seja considerada em violação dos termos do acordo de 2015.
Desde a primeira presidência de Trump, os EUA têm ameaçado usar as sanções automáticas, embora Washington não possa mais solicitar a reimplementação dessa ferramenta econômica, já que deixou o acordo – uma decisão determinada pela ONU e pelos outros signatários do JCPOA.
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O Irã enfrenta um prazo em agosto para aceitar um acordo nuclear abrangente ou enfrentar a renovação das sanções da ONU.