A comunidade judaica em Baku, Azerbaijão, celebrou o acordo histórico assinado em Washington entre Azerbaijão e Armênia. Este acordo, que encerra décadas de conflito, fortalece a parceria estratégica entre Baku e Jerusalém. Em 8 de agosto de 2025, os líderes do Azerbaijão e da Armênia assinaram uma declaração conjunta na capital dos EUA, comprometendo-se a encerrar uma das disputas mais prolongadas no mundo pós-soviético.
Rabbi Zamir Isayev, o Rabino Chefe Sefardita de Baku, afirmou que o acordo fortalece a resistência regional contra o Irã e envia uma mensagem de paz e unidade. “Não é surpresa que o Irã esteja alarmado com o acordo e recorra a ameaças e intimidação”, observou ele. Segundo Isayev, o acordo é uma continuação natural da política do Azerbaijão de fomentar conexão, cooperação e paz entre nações e religiões.
PUBLICIDADE
Conforme relatado por Israel National News, o acordo inclui componentes econômicos e estratégicos significativos, e deve impactar o equilíbrio de poder regional, limitar a influência do Irã e aumentar a cooperação econômica entre Azerbaijão e Israel. O documento foi assinado pelo Primeiro-Ministro da Armênia, Nikol Pashinyan, e pelo Presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev. O texto enfatizou a necessidade de avançar para a assinatura e ratificação de um acordo de paz já acordado por ambos os lados. Os ministros das Relações Exteriores dos dois países também confirmaram o texto em Washington, sinalizando sua finalização.
O acordo é considerado particularmente significativo para Israel, pois reduz a influência regional do Irã. Por anos, Teerã usou a Armênia para avançar seus interesses, incluindo a aquisição de materiais proibidos, principalmente para seu programa nuclear. Organizações judaicas em todo o mundo e representantes oficiais de Israel trabalharam extensivamente para promover o acordo, destacando a parceria estratégica de longa data com o Azerbaijão — uma nação de maioria muçulmana sem histórico de antissemitismo e com laços estreitos com Israel. Entre as propostas estava incluir o Azerbaijão nos Acordos de Abraão como exemplo de um país de maioria muçulmana mantendo relações amigáveis com Israel.
O acordo inclui a construção de um corredor de transporte ligando o Azerbaijão continental ao exclave de Nakhchivan, passando pelo território armênio ao longo da fronteira com o Irã. Empresas americanas alugarão essa faixa de terra e construirão o corredor, anteriormente conhecido como “Corredor de Zangezur” e agora renomeado como “Rota Trump para Paz e Prosperidade Internacional” (TRIPP).
Ali Akbar Velayati, conselheiro sênior do Líder Supremo do Irã, Ali Khamenei, advertiu que o Irã responderia duramente a qualquer tentativa de estabelecer o corredor ao longo de sua fronteira com a Armênia. “Forças estrangeiras, agindo contra os interesses da região, estão tentando alcançar seus objetivos no Cáucaso Sul”, disse ele. “Lembro a todas as forças locais e externas que elas já fracassaram antes, e qualquer nova tentativa será enfrentada com uma forte resposta iraniana.” Ele acrescentou que o corredor “representa uma ameaça à integridade territorial e à unidade nacional do Irã”.
PUBLICIDADE
O Ministério das Relações Exteriores do Irã expressou “preocupação com a intervenção estrangeira ao longo das fronteiras norte do Irã”, segundo o Farsnews, afiliado ao Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica. O relatório alertou que a declaração poderia cortar a ligação terrestre do Irã ao norte via Armênia e disse que a presença dos EUA na área é “outra fonte de preocupação”.