Em uma entrevista recente para o Morning Wire Weekend Edition, John Bickley, editor executivo do Daily Wire, conversou com o almirante aposentado da Marinha dos EUA, Mark Montgomery, da Fundação para a Defesa das Democracias. Montgomery compartilhou suas observações após uma viagem a Taiwan, onde se reuniu com altos funcionários, incluindo o presidente e líderes militares seniores.
De acordo com informações do Daily Wire, a primeira observação de Montgomery é que Taiwan é muito grata aos Estados Unidos. Eles reconhecem os EUA como seu principal aliado, sendo o único país que vende armas e os apoia quando ameaçados pela China. Embora ocasionalmente recebam apoio retórico de países como Austrália, Japão e nações europeias, quando se trata de movimentações de navios e aeronaves, os EUA são os únicos a agir.
Em segundo lugar, Taiwan entende que os EUA esperam que eles aumentem seus gastos com defesa. Atualmente, Taiwan está aumentando seu orçamento de defesa de cerca de 2,5% este ano para 3% no próximo ano, com planos de chegar a 4% e eventualmente 5%. A ironia é que, para atingir esses níveis de gastos, Taiwan só pode comprar armas dos EUA, sendo os EUA o único país que vende armas a eles.
PUBLICIDADE
Montgomery também destacou que o programa de vendas militares estrangeiras dos EUA está em uma situação caótica. Como resultado, leva sete anos para Taiwan receber mísseis javelin e oito anos para receber mísseis stinger portáteis. Esses prazos deveriam ser de apenas dois ou três anos. Parte do problema é o processo burocrático dentro do Departamento de Defesa e do Departamento de Estado dos EUA, que precisam trabalhar juntos, mas não o fazem de maneira eficiente. Além disso, a integração com fornecedores de armas, como Raytheon ou Lockheed Martin, e a comunicação com o país anfitrião também complicam o processo. Por exemplo, uma venda recente de mísseis harpoon, cruciais para a defesa contra navios, foi aprovada em 2020, mas a entrega está prevista para ser concluída apenas em 2029, se tudo correr bem. Isso deveria levar no máximo quatro anos, não nove. Atualmente, Taiwan tem um backlog de vendas militares de US$ 12 bilhões, que era de US$ 18 bilhões há quatro anos. Esse atraso é inaceitável para um país que precisa de armas de forma urgente.
Finalmente, Taiwan compreende que, além de se preparar para a invasão mais provável e perigosa através do estreito, deve se preparar para outros cenários prováveis, como ataques da China à resiliência societal, aos sistemas financeiros, de comunicação e de energia através de operações diplomáticas, econômicas, cibernéticas e de influência, e não apenas ataques militares. Enquanto o Partido Comunista Chinês (PCC) espera enfraquecer a resiliência societal de Taiwan, o país precisa investir significativamente em sua resiliência doméstica, e os EUA podem ajudar nesse processo.