Em 2023, o primeiro vice-presidente do Irã, Mohammad-Reza Aref, declarou que Teerã poderia realizar negociações nucleares diretas com os Estados Unidos, caso “condições favoráveis” fossem estabelecidas. “O Irã está pronto para negociar sob condições iguais, pois a negociação visa proteger os interesses de ambas as partes”, afirmou Aref aos repórteres. Ele enfatizou que, se as condições forem adequadas, as negociações podem ocorrer diretamente.
Aref ressaltou que, embora o Irã não se oponha a conversas, rejeita qualquer processo que vise apenas atender às demandas dos EUA. Ele acusou Washington de ignorar as tentativas de Teerã de construir confiança. “Parece que eles (os americanos) estão fingindo dormir”, disse ele.
Segundo o Israel National News, Aref classificou a pressão ocidental sobre o programa nuclear iraniano como uma campanha politizada e descreveu as exigências de “enriquecimento zero” como “uma grande piada”.
PUBLICIDADE
Antes do conflito de 12 dias entre Irã e Israel em junho de 2023, Irã e EUA realizaram várias rodadas de negociações indiretas sobre o programa nuclear iraniano, mediadas por Omã.
Em 22 de junho de 2023, forças dos EUA bombardearam as instalações nucleares de Natanz, Fordow e Isfahan no Irã. Teerã respondeu atacando a base aérea de Al Udeid dos EUA no Catar. Um cessar-fogo entre Irã e Israel foi alcançado em 24 de junho de 2023.
Após os ataques dos EUA, o então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sugeriu que os Estados Unidos se envolveriam em discussões com o Irã. “Temos negociações programadas com o Irã, e eles querem conversar”, afirmou Trump. Ele acrescentou: “Eles solicitaram uma reunião e eu vou a uma reunião, e se conseguirmos colocar algo no papel, seria ótimo”.
PUBLICIDADE
No entanto, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã negou essas alegações e afirmou que Teerã não solicitou nenhuma reunião com os Estados Unidos.
Washington exigiu que o Irã interrompesse completamente o enriquecimento de urânio como parte de qualquer acordo nuclear, uma exigência que Teerã rejeitou firmemente.