William Lewis/Wikimedia Commons

Em coletiva de imprensa na China, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a descrever as ações de Israel na Faixa de Gaza como um “genocídio”, rejeitando a ideia de que se trata de uma guerra. “É um genocídio, e espero que o presidente Donald Trump contribua para seu fim”, afirmou Lula, destacando a necessidade de uma solução para a crise humanitária. A declaração foi feita após comentários sobre os esforços de Trump para mediar o conflito entre Rússia e Ucrânia.

Lula criticou a ineficácia da Organização das Nações Unidas (ONU) na questão de Gaza, argumentando que a organização perdeu credibilidade e representatividade. “As pessoas aprenderam a desrespeitar a ONU, o que compromete sua capacidade de mediar conflitos”, disse. Ele defendeu uma reforma no Conselho de Segurança da ONU, propondo a ampliação de assentos para fortalecer a legitimidade das decisões e melhorar o papel da entidade em crises internacionais, como no Oriente Médio.

As tensões entre Brasil e Israel intensificaram-se desde fevereiro de 2024, quando Lula comparou as operações militares israelenses em Gaza ao Holocausto, afirmando que “o que acontece lá só se compara à decisão de Hitler de matar judeus”. A fala provocou uma reação imediata de Israel: o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu declarou Lula persona non grata, e o ministro das Relações Exteriores, Israel Katz, convocou o embaixador brasileiro para uma repreensão no Museu do Holocausto, em Jerusalém, em um gesto considerado fora dos padrões diplomáticos. Em retaliação, o Brasil chamou de volta seu embaixador em Tel-Aviv e convocou o embaixador israelense para explicações, segundo a Revista Oeste.

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