IMAGO/Bihlmayerfotografie via Reuters Connect / Israel National News / Reprodução

A gigante alemã de defesa Renk Group AG está se preparando para transferir a produção destinada a contratos com Israel para suas instalações nos Estados Unidos, após a decisão de Berlim de interromper certas exportações militares para o Estado Judeu. A empresa, especializada em caixas de câmbio e sistemas de transmissão utilizados em veículos militares, já iniciou o desenvolvimento de um plano B para atender aos contratos de longo prazo.

De acordo com o Israel National News, o CEO da Renk, Alexander Sagel, afirmou na última quarta-feira que a decisão veio em resposta à recente suspensão indefinida imposta pelo chanceler alemão Friedrich Merz sobre as entregas de armas que poderiam ser utilizadas em operações das Forças de Defesa de Israel na Faixa de Gaza. A Renk, que fornece sistemas de propulsão e transmissão para veículos blindados, alertou sobre as possíveis consequências dessa medida.

“Para os israelenses, isso realmente é um problema”, disse Sagel, destacando que a empresa está em contato com autoridades tanto alemãs quanto israelenses. Embora o impacto geral possa ser limitado, o anúncio representa o primeiro sinal de preocupação entre os contratantes de defesa alemães. Sagel mencionou que os contratos com Israel representam aproximadamente 2% a 3% dos negócios da Renk.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, conversou com Merz após o anúncio do embargo de armas e expressou sua decepção com a decisão. “Em vez de apoiar a justa guerra de Israel contra o Hamas, que realizou o ataque mais horrendo contra o povo judeu desde o Holocausto, a Alemanha está recompensando o terrorismo do Hamas ao embargar armas para Israel”, declarou o escritório do primeiro-ministro. Netanyahu também afirmou que o objetivo de Israel não é tomar Gaza, mas libertar Gaza do Hamas e permitir o estabelecimento de um governo pacífico na região.

PUBLICIDADE

A decisão de Merz também atraiu críticas severas dentro de seu próprio bloco político. A União Social Cristã (CSU), ramo bávaro da União Democrata Cristã de Merz, afirmou que não foi consultada antes do anúncio em 8 de agosto e questionou a mudança de política. “A CSU não foi envolvida nesta decisão, e nós a consideramos questionável”, disse Alexander Hoffman, chefe da bancada da CSU no Bundestag. Ele chamou a medida de “um afastamento de décadas de continuidade na política externa em relação a Israel” e disse que seria discutida dentro da coalizão governante.

O deputado da CSU Stephan Pilsinger alertou que a decisão poderia ter consequências para a própria segurança da Alemanha. “Atualmente, sentimos que beneficiamos mais de Israel em termos de política de segurança do que Israel beneficia de nós”, disse ele ao Augsburger Allgemeine.

Icone Tag

PUBLICIDADE

Possui alguma informação importante para uma reportagem?

Seu conhecimento pode ser a peça-chave para uma matéria relevante. Envie sua contribuição agora mesmo e faça a diferença.

Enviar sugestão de pauta