A União Europeia (UE) está avaliando impor uma multa de US$ 1 bilhão ao X, rede social de Elon Musk, por supostas violações à lei contra desinformação e conteúdo ilícito, conforme reportagem do The New York Times publicada na quinta-feira, 27 de março de 2025. Além da penalidade financeira, a UE exigiria mudanças na plataforma, segundo quatro fontes com conhecimento dos planos citadas pelo jornal. Caso avance, seria a primeira aplicação de multa sob o Digital Services Act (DSA), que regula plataformas online para coibir atividades ilegais e a disseminação de desinformação.
O X, adquirido por Musk em 2022 com a promessa de restaurar a liberdade de expressão, respondeu que a medida seria “um ato sem precedentes de censura política e um ataque à liberdade de expressão”. “O X tem se esforçado ao máximo para cumprir o DSA da UE e usará todas as opções disponíveis para defender nosso negócio, proteger nossos usuários e a liberdade de expressão na Europa”, declarou a empresa. A CEO Linda Yaccarino reforçou: “Seria um exemplo escandaloso de excesso regulatório. Lutamos contra tentativas de sufocar a liberdade de expressão globalmente, dentro e fora da plataforma.”
Em julho de 2024, a UE concluiu que o X violou o DSA em áreas como “padrões obscuros”, transparência em publicidade e acesso a dados por pesquisadores. O relatório apontou que a verificação de contas e a concessão de “selos azuis” enganam os usuários: “Qualquer um pode pagar por um status ‘verificado’, afetando a capacidade de decisão informada sobre a autenticidade das contas e conteúdos”, afirmou a UE. A plataforma também foi criticada por falta de transparência em anúncios e por não fornecer dados públicos conforme exigido pelo DSA.
A investigação da UE contra o X foi pausada para avaliar os impactos de punir uma empresa controlada por um dos principais aliados e doadores de Donald Trump. A administração Trump já criticou o bloco, com o vice-presidente JD Vance condenando a censura digital da UE em um discurso em fevereiro de 2025. O Times sugere que o X poderia negociar um acordo, ajustando-se às demandas da UE, mas, se optar por contestar, o desfecho jurídico entre a empresa americana e o bloco permanece incerto. A UE também investiga Meta e Apple por violações similares do DSA, de acordoc om o Daily Wire.