Revista Oeste/Reprodução.

Entidades acadêmicas, como o Monitor do Debate Político no Meio Digital, ligado ao Cebrap, e a ONG More in Common, supervisionada pela USP, divulgaram na quinta-feira, 27 de março de 2025, que o ato com o ex-presidente Jair Bolsonaro na Avenida Paulista, em São Paulo, no domingo, 6 de abril, reuniu cerca de 44,9 mil pessoas. A estimativa, baseada em fotos aéreas analisadas por inteligência artificial, tem uma margem de erro de 5,4 mil participantes, para mais ou menos, conforme reportagem do jornal O Globo.

O número se aproxima do levantamento do Datafolha, do Grupo Folha, que registrou 55 mil presentes. Já a Polícia Militar de São Paulo, questionada pela CNN Brasil, informou que não divulgará estimativas oficiais de público. A contagem das entidades reforça uma visão mais conservadora sobre a dimensão do evento, que mobilizou apoiadores pedindo anistia aos presos e condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023.

O protesto começou pela manhã, com manifestantes se concentrando perto do Masp em um ambiente pacífico. Muitos vestiam camisetas verde-amarelas, símbolo recorrente em atos da direita. Um dos destaques foi Débora dos Santos, cabeleireira que escreveu “perdeu, mané” com batom vermelho na estátua da Justiça em Brasília durante os eventos de 8 de janeiro. Presa em 17 de março de 2023 pela Polícia Federal na Operação Lesa Pátria, ela agora cumpre prisão domiciliar por decisão judicial, após pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). Michelle Bolsonaro, ex-primeira-dama e presidente do PL Mulher, segurou um batom no palco e declarou: “Débora se tornou um símbolo da luta por justiça no Brasil.”

Michelle também mencionou Adalgiza Maria Dourado, de 65 anos, condenada a 14 anos de prisão pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, e que enfrenta crises de ansiedade e depressão na cadeia. O ato reuniu líderes como Bolsonaro e aliados, reforçando a campanha pela anistia em um cenário de polarização política.

A estimativa de 45 mil pessoas, embora inferior às expectativas de alguns apoiadores, reflete a mobilização persistente da base bolsonarista. A diferença entre os números do Cebrap/USP e do Datafolha destaca variações metodológicas, enquanto a ausência de dados oficiais da PM mantém o debate em aberto sobre o real alcance do evento, de acordo com a Revista Oeste.

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