Flávio Dino, agora no Supremo Tribunal Federal (STF), continua a influenciar a política do Maranhão. Apesar de sua posição na mais alta corte do Brasil, o ex-governador não abandonou suas articulações no estado.
Recentemente, decisões do ministro reacenderam a disputa pelo controle do Tribunal de Contas do Estado (TCE) do Maranhão, provocando reações de adversários e antigos aliados. De acordo com informações de Revista Oeste, essas movimentações foram divulgadas nesta segunda-feira, 18 de agosto de 2025.
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No centro do conflito está a nomeação de um conselheiro para o TCE. O atual governador do Maranhão, Carlos Brandão (PSB), que foi vice de Dino, tentou nomear seu advogado pessoal, Flávio Costa, para a vaga. No entanto, o grupo de Dino, que governou o Maranhão de 2015 a 2022 pelo PCdoB e pelo PSB, apoiava o deputado Carlos Lula (PSB). Esse impasse não apenas revelou uma divisão entre os antigos companheiros de chapa, mas também expôs uma rede de conexões envolvendo familiares, aliados e até rivais históricos, como a família Sarney.
O partido Solidariedade entrou com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) contra a nomeação de Costa. Na época, a irmã do deputado Othelino Neto (ex-PCdoB, atualmente no Solidariedade), Flávia Alves, controlava o partido no Maranhão e era aliada de Dino.
Por sorteio, a relatoria da ADI caiu nas mãos de Flávio Dino, recém-empossado no STF. O ministro concedeu uma liminar que suspendeu a escolha de Costa, argumentando irregularidades no processo de votação secreta. No mês seguinte, Dino acolheu outra ação, desta vez movida pela Procuradoria-Geral da República. Ambas as ações continuam sob sua análise.
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Apesar de alegações de parcialidade por parte de adversários, o gabinete de Dino afirma que não há impedimento legal e que os critérios aplicados são técnicos.
Como consequência, a decisão de Dino desencadeou um efeito dominó. A Assembleia Legislativa do Maranhão alterou seu regimento e comunicou ao STF que o bloqueio da indicação prolonga uma situação anômala no funcionamento do TCE. O Solidariedade, que havia iniciado o processo, mudou de posição após passar ao controle do deputado federal Marreca Filho, ligado ao grupo de Brandão, e retirou o apoio à ação.