Em 2023, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, emitiu um comunicado contundente criticando o primeiro-ministro da Austrália, Anthony Albanese, após uma série de moções anti-Israel pelo governo australiano e ataques antissemitas no país. “A história lembrará Albanese pelo que ele é: um político fraco que traiu Israel e abandonou os judeus da Austrália”, declarou Netanyahu.
A crítica de Netanyahu veio um dia após o Ministro do Interior da Austrália, Tony Burke, anunciar a revogação do visto do deputado israelense Simcha Rothman, pouco antes de ele discursar para a comunidade judaica na Austrália. Burke explicou que a decisão foi baseada no histórico de declarações de Rothman, que ele descreveu como propagadoras de “ódio e divisão”. O visto de Rothman havia sido aprovado duas semanas antes, mas foi cancelado na última hora, impedindo sua entrada no país por três anos. Entre as declarações citadas pelas autoridades australianas estavam os apelos de Rothman para “destruir o Hamas”, sua oposição a um estado palestino e sua insistência de que Israel deve aplicar soberania na Judeia e Samaria.
Conforme relatado por Israel National News, em 2023, o primeiro-ministro australiano anunciou que seu país reconheceria oficialmente um estado palestino na próxima Assembleia Geral da ONU em setembro. Albanese disse que a medida é “baseada nos compromissos que a Austrália recebeu da Autoridade Palestina”, enfatizando que o Hamas não terá nenhum papel em tal estado. Ele acusou Israel de continuar a “desrespeitar o direito internacional” e descreveu a situação humanitária em Gaza como “além dos piores pesadelos do mundo”.
O anúncio de Albanese veio uma semana após dezenas de milhares de pessoas marcharem pela Ponte do Porto de Sydney em uma demonstração anti-Israel chamada “Marcha pela Humanidade”. A polícia de New South Wales informou que a participação chegou a até 90.000 pessoas, enquanto os organizadores do Grupo de Ação pela Palestina de Sydney alegaram que 300.000 participaram. A manifestação prosseguiu após uma decisão do Tribunal Supremo permitindo o evento, apesar dos esforços das autoridades estaduais para bloqueá-lo. Os participantes acenaram com bandeiras palestinas, entoaram slogans e carregaram itens simbólicos, incluindo panelas e frigideiras, fazendo referência à suposta fome em Gaza. Uma grande imagem do Líder Supremo do Irã, Ali Khamenei, também foi exibida.
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Ao mesmo tempo, a Austrália registrou níveis recorde de incidentes antissemitas. Uma pesquisa nacional conduzida pelo Movimento de Combate ao Antissemitismo (CAM) revelou que apenas 24% dos australianos veem as atitudes em relação aos judeus como positivas, enquanto 28% as descreveram como negativas. Achados particularmente alarmantes vieram de New South Wales, onde quase um em cada quatro jovens disse ter testemunhado ou ouvido falar de incidentes antissemitas em sua área local.
Melbourne foi palco de vários ataques perturbadores, incluindo uma tentativa de incêndio em uma sinagoga enquanto 20 adoradores estavam dentro. Outro incidente envolveu protestos violentos fora do restaurante do chef israelense Eyal Shani, com janelas quebradas, cadeiras arremessadas e gritos de “Morte ao IDF!”.
A pesquisa do CAM, realizada entre 27 de junho e 1º de julho de 2023, revelou ainda que um em cada cinco jovens australianos entre 18 e 34 anos testemunhou ou ouviu falar de incidentes antissemitas. Em New South Wales, o estado mais populoso dos seis estados da Austrália, quase um em cada quatro jovens e um em cada cinco indivíduos entre 35 e 54 anos relataram incidentes antissemitas locais.