Palácio do Planalto from Brasilia, Brasil/Wikimedia Commons.

A revista Oeste, em sua edição 261 publicada na quinta-feira, 27 de março de 2025, detalhou uma série de denúncias que apontam desvios, contratos sem fiscalização e até espionagem na Itaipu Binacional, usina na fronteira com o Paraguai, sob influência do Partido dos Trabalhadores (PT). A reportagem descreve a situação como um “caso de polícia” com potencial de se tornar um problema internacional, destacando a ausência de supervisão do Tribunal de Contas da União (TCU) devido à dupla jurisdição da hidrelétrica, uma “zona cinzenta” avalizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O STF recomendou um comitê binacional de fiscalização, mas o governo Lula não o implementou.

Entre os contratos, destaca-se o repasse de R$ 200 milhões para construir um hotel de luxo em Belém (PA), sede da Conferência do Clima (COP30), evento promovido pela Organização de Estados Ibero-Americanos (OEI), que tem a primeira-dama Janja da Silva como figura de destaque. A Itaipu justifica o investimento como parte de sua “missão socioambiental”. O edital do governo do Pará descreve o hotel como um espaço de “hospedagem de luxo e conforto para chefes de Estado, dignitários e líderes globais”, com quase 500 quartos cinco estrelas, restaurantes, bares, academia e salas de reunião, conforme o site Belém Negócios.

A farra financeira contrasta com a realidade de Belém, uma das capitais brasileiras com os piores índices de saneamento básico, pobreza e IDH, como já apontado na edição 256 de Oeste. As denúncias sugerem que os recursos da usina, a segunda maior hidrelétrica do mundo, estão sendo usados para projetos de alto custo sem licitação ou controle, beneficiando a OEI, agora também sob escrutínio policial. A falta de fiscalização binacional agrava o cenário, permitindo que os lucros da Itaipu, que deveriam ser revertidos ao Tesouro Nacional, sejam direcionados a iniciativas questionáveis, de acordo com a Revista Oeste.

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