A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) do Brasil identificou indícios de crimes financeiros envolvendo o Banco Master. De acordo com a CVM, o banco teria investido R$ 2,1 bilhões em empresas que não possuem a capacidade econômica necessária para reembolsar o capital.
O relatório da CVM alerta que essas operações podem ter inflado artificialmente o patrimônio do banco, colocando em risco a solidez de sua estrutura financeira. Atualmente, o Banco Central do Brasil está analisando uma proposta do BRB, banco estatal de Brasília, para adquirir 58% do Banco Master.
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De acordo com informações de Revista Oeste, a negociação enfrenta resistências internas e já foi questionada pelo Ministério Público do Distrito Federal. Fontes próximas ao ministro da Fazenda do Brasil, Fernando Haddad, afirmam que ele não vê a operação com bons olhos.
O caso mais notório apontado pela auditoria envolve um investimento de R$ 361 milhões na Clínica Mais Médicos S.A., um pequeno consultório localizado em Contagem, Minas Gerais. Antes de receber os aportes, a empresa registrava uma receita anual de apenas R$ 54 mil.
Para a CVM, a Clínica Mais Médicos S.A. serviu como fachada. A sócia principal é uma ex-recepcionista que vive em um imóvel simples, incompatível com valores de tal magnitude.
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Os inspetores também notaram que a fachada da clínica não condiz com os recursos recebidos. As notas comerciais emitidas para captar os R$ 361 milhões tiveram um único comprador: o Banco Master.
Esse movimento levou à descoberta de outros aportes suspeitos em empresas ligadas a pessoas próximas ao controlador do Banco Master, Daniel Vorcaro.
O parecer da CVM destaca que os aportes em dez empresas foram realizados entre 2022 e 2025, todos por meio da Laqus Depositária de Valores Mobiliários. Segundo a investigação, as empresas não possuíam a estrutura econômico-financeira compatível com as emissões.