Um homem ucraniano foi preso em um chalé de férias na Itália sob suspeita de coordenar ataques a três gasodutos Nord Stream em 2022, anunciaram autoridades na quinta-feira. Este evento marca um avanço significativo em um caso que intensificou as tensões entre a Rússia e o Ocidente.
Conforme relatado por Daily Wire, os ataques foram descritos tanto por Moscou quanto pelo Ocidente como atos de sabotagem. As explosões interromperam significativamente o fornecimento de gás russo para a Europa, levando a uma escalada importante no conflito na Ucrânia e pressionando o fornecimento de energia no continente. Até o momento, ninguém assumiu a responsabilidade pelos ataques, e a Ucrânia negou qualquer envolvimento.
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A prisão ocorre em um momento em que Kiev está envolvida em difíceis discussões diplomáticas com os Estados Unidos sobre como encerrar a guerra na Ucrânia sem ceder grandes concessões e áreas de seu território à Rússia.
Politicamente, estamos firmemente ao lado da Ucrânia e continuaremos a ser assim”, disse a Ministra da Justiça da Alemanha, Stefanie Hubig, quando questionada se a prisão afetaria as relações de Berlim com Kiev. “O que é importante para mim é que a Alemanha é um país de leis, e crimes em nossa jurisdição são plenamente investigados.
O suspeito, identificado apenas como Serhii K. devido às leis de privacidade alemãs, fazia parte de um grupo de pessoas que plantaram dispositivos nos gasodutos perto da ilha dinamarquesa de Bornholm, no Mar Báltico, segundo um comunicado do escritório do promotor.
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Ele e seus cúmplices partiram de Rostock, na costa nordeste da Alemanha, em um iate a vela para realizar o ataque. A embarcação havia sido alugada de uma empresa alemã com a ajuda de documentos de identidade falsificados por intermediários.
As autoridades agiram com base em um mandado de prisão europeu para o suspeito, que enfrenta acusações de conluio para causar uma explosão, sabotagem anticonstitucional e destruição de estruturas importantes.
Um oficial do escritório do presidente ucraniano disse que não poderia comentar, pois não estava claro quem havia sido preso. O oficial reiterou a negação da Ucrânia de qualquer envolvimento nos ataques.
Governos ucranianos sucessivos vêm considerando os gasodutos como um símbolo e veículo do controle da Rússia sobre o fornecimento de energia europeu, algo que Kiev argumenta ter dificultado a ação contra Moscou desde a anexação da Crimeia pela Rússia em 2014.