Marcelo Camargo/Agência Brasil

Na quarta-feira, 28 de maio de 2025, Antonio Ramiro Lourenzo, ex-secretário-executivo do Ministério da Justiça, depôs ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito do inquérito que investiga uma suposta tentativa de golpe para manter Jair Bolsonaro no poder após as eleições de 2022. Lourenzo afirmou que o ex-ministro Anderson Torres desempenhou um papel ativo na transição entre o governo Bolsonaro e a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, colaborando com o ministro indicado por Lula, Flávio Dino.

Durante a oitiva, Lourenzo negou qualquer envolvimento em articulações golpistas, descrevendo o clima no Ministério da Justiça como um “velório” marcado por “insatisfação”, mas enfatizando que “nunca se pensou em algo além da transição”. Ele confirmou que Torres instruiu a equipe a finalizar os trabalhos e garantir uma entrega limpa da gestão, com Dino participando de reuniões durante o processo.

Moraes também interrogou Lourenzo sobre postagens nas redes sociais. Em uma delas, o ex-secretário chamou Lula de “vergonha nacional”, justificando que a frase refletia uma opinião pessoal expressa “no calor da emoção” e admitindo que foi “carregada demais nas tintas”. Outro comentário questionado foi uma crítica ao ministro Luís Roberto Barroso, atual presidente do STF, descrito por Lourenzo como “adolescente metido a influencer”. Conforme a Revista Oeste, o ex-secretário atribuiu essa declaração a outro momento de emoção, minimizando sua intenção.

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