Elza Fiúza/Agência Brasil

A Polícia Federal do Brasil indiciou novamente o jornalista Allan dos Santos, atualmente residindo nos Estados Unidos. O relatório, enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) na última quarta-feira, 20 de agosto de 2025, aponta indícios de crimes de injúria, difamação, desobediência e incitação ao crime cometidos por ele.

Segundo o Revista Oeste, Allan dos Santos teria utilizado a internet e criado múltiplos perfis para desrespeitar sistematicamente decisões do STF, cometer crimes contra a honra de uma jornalista e incitar a desordem. Essas ações contribuíram para a animosidade entre os Poderes da República e a polarização política no país.

Allan dos Santos nunca ocupou cargo público. Juristas argumentam que, por essa razão, o inquérito contra ele não deveria tramitar no STF, que tem competência para ações criminais apenas contra autoridades como deputados federais, senadores, ministros do governo e do Superior Tribunal de Justiça, e o presidente da República.

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O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF, encaminhou o relatório da PF para a Procuradoria-Geral da República (PGR), que terá 15 dias para se manifestar e decidir se apresenta denúncia contra o jornalista.

De acordo com o relatório policial, Allan dos Santos usou sua página para atacar a dignidade de uma jornalista, utilizando expressões ofensivas e depreciativas. A PF destaca que a difamação e a injúria podem ter suas penas aumentadas quando cometidas no ambiente virtual.

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O documento da PF também aborda o crime de desobediência. Apesar de ter sido proibido pelo STF de manter perfis em redes sociais, Allan dos Santos criou diversos usuários para continuar publicando conteúdos. A corporação afirma que ele desrespeitou sistematicamente as decisões da Corte.

Nos autos, a Polícia Federal ressaltou que as publicações do blogueiro têm “natureza pejorativa e conspiratória”. O relatório conclui: “Com base nos fatos apresentados, a investigação criminal aponta com grande certeza para o indiciamento de Allan Lopes dos Santos pelos crimes de difamação, injúria, desobediência e incitação ao crime”.

Além desse inquérito, Allan dos Santos também é investigado em outro procedimento da Polícia Federal, relacionado a uma campanha digital que expôs dados de investigadores de casos envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados. Em abril de 2025, ele foi multado em R$ 15 mil por reincidência no uso das redes sociais.

Allan dos Santos teve a prisão decretada em 2021, acusado de ligação com organização criminosa por “ataques” ao STF. No entanto, ele se mudou para os Estados Unidos. O pedido de extradição apresentado pelo Brasil não foi atendido. As autoridades norte-americanas consideram que opiniões não são crime. “Só palavras”, disse um representante do governo dos EUA, ainda durante o governo de Joe Biden, a autoridades do Ministério da Justiça durante reunião em 2024.

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