O aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), implementado recentemente, pode encarecer o custo do capital de giro das empresas varejistas em até 39%, segundo alerta do Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV). Representando 72 companhias do setor, o IDV enviou um ofício ao Congresso Nacional na quinta-feira, 29 de maio de 2025, solicitando apoio para reverter a medida, que ameaça pressionar preços, intensificar a inflação e comprometer empregos e a atividade econômica.
De acordo com o IDV, o novo IOF impacta operações cruciais para o varejo, como o risco sacado e o forfait, nas quais empresas antecipam recebíveis para manter o fluxo de caixa. Essas práticas, que antes tinham alíquotas zero ou reduzidas, agora enfrentam taxas de até 3,95%. O imposto também passou a incidir sobre fornecedores que utilizam o forfait para antecipar capital de giro, afetando especialmente pequenas e médias empresas dependentes dessas operações para sustentar produção e vendas.
Cálculos do instituto estimam que o custo das operações pode variar entre 14,5% e 38,8%. Combinado com a taxa Selic, o impacto total pode elevar o custo anual das operações a quase 19%, o que tende a ser repassado aos consumidores, aumentando os preços e a pressão inflacionária. “O aumento do IOF compromete tanto os varejistas que atendem o consumidor final quanto os fornecedores que sustentam a cadeia produtiva”, afirmou o IDV em nota.
Entre as empresas associadas ao IDV estão gigantes como Americanas, Carrefour, Riachuelo, Leroy Merlin, Grupo Boticário, Livraria Cultura, McDonald’s, Magazine Luiza, Renner e Grupo Pão de Açúcar, segundo a Revista Oeste. O instituto reforçou a urgência de mobilização no Congresso para suspender a nova tributação, que impacta diretamente a viabilidade financeira dessas companhias e do setor varejista como um todo.