O Fórum de Lisboa, organizado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes e conhecido como “Gilmarpalooza”, contará com a presença de seis ministros do STF e três executivos do BTG Pactual, banco envolvido em ações tramitando na Corte. O evento, que ocorrerá em menos de 20 dias, também terá representantes de empresas como Light, Eletrobras e Grupo Yduqs, todas com processos no STF. A informação foi publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo.
A organização do fórum, promovido pelo Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), fundado por Gilmar, afirmou que os executivos participam como palestrantes convidados, selecionados por uma curadoria “plural e independente” com base em critérios acadêmicos e técnicos, sem contrapartidas. O BTG Pactual esclareceu que não patrocina o evento e que sua presença é comum em fóruns similares devido à sua relevância no setor.
Entre os ministros do STF confirmados estão Gilmar Mendes, Luís Roberto Barroso (presidente da Corte), Alexandre de Moraes, André Mendonça, Dias Toffoli e Flávio Dino. Pelo BTG, participarão o chairman André Esteves — que já foi preso por ordem do STF, mas teve o caso arquivado por falta de provas —, a sócia Bruna Marengoni e o diretor jurídico Bruno Duque. A Light será representada por seu CEO, a Eletrobras pelo vice-presidente de regulação e relações institucionais, Rodrigo Limp, e a Yduqs pela vice-presidente Cláudia Romano.
O BTG é parte em dois processos no STF: um, ainda em curso, sob relatoria de André Mendonça, envolve uma reclamação trabalhista do Banco Pan; o outro, encerrado em 14 de junho de 2025, com valor de R$ 300 mil, resultou em derrota do banco. Nesse caso, Luiz Fux rejeitou recurso contra decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST) que responsabilizou o BTG por fraudes trabalhistas na Drogaria Mais Econômica, cuja massa falida foi gerida pelo banco.
A Light responde a três recursos extraordinários no STF, incluindo um sobre tarifas de “faixas de domínio” de rodovias, relatado inicialmente por Barroso e agora por Mendonça, com votação favorável à empresa, mas suspenso por pedido de vista de Gilmar. A Eletrobras é corré em uma ação do Estado de Alagoas contra a União, sob relatoria de Cristiano Zanin, com valor de R$ 1 milhão. A Yduqs, com 12 processos no STF, afirmou não ver conflitos em sua participação, citando processos internos de validação, conforme a Revista Oeste.
Na edição anterior, o BTG promoveu um happy hour no restaurante SUD Lisboa, fora da programação oficial, reunindo autoridades do Judiciário, Legislativo, advogados e lobistas em um evento planejado para facilitar conversas reservadas, segundo o Estadão. As empresas foram questionadas sobre possíveis impactos na imparcialidade dos julgamentos, mas negaram conflitos de interesse.