O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decide, nesta quarta-feira, 18 de junho de 2025, o novo patamar da taxa Selic, em um cenário de incertezas no mercado financeiro sobre o fim do ciclo de altas. Analistas estão divididos, mas esperam uma decisão unânime para preservar a credibilidade do comitê e evitar impactos negativos no controle da inflação.
Parte dos especialistas prevê a manutenção da Selic em 14,75% ao ano, enquanto outra defende um aumento de 0,25 ponto percentual, elevando a taxa a 15% — nível mais alto desde julho de 2006. Um levantamento da Bloomberg com 32 instituições financeiras mostra que 20 delas, incluindo Bradesco, XP e Itaú, apostam na manutenção, enquanto 12 projetam a alta para 15%. As projeções recentes geraram volatilidade na curva de juros do país.
A desaceleração do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que subiu 0,26% em maio — abaixo das expectativas, com alívio em alimentos, passagens aéreas e gasolina —, abre espaço para manter a Selic em 14,75%. No entanto, a tendência de alta do IPCA, ainda que em ritmo menor, pode justificar um ajuste para 15% como medida para conter os preços.
De acordo com a Revista Oeste, a expectativa de consenso reflete o esforço do Copom para evitar divisões internas, como a ocorrida em maio de 2024, quando a redução do ritmo de corte da Selic foi aprovada por 5 a 4, com oposição dos diretores indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O episódio abalou a confiança na autonomia do Banco Central, mas, desde então, as decisões do comitê têm sido unânimes, reforçando sua reputação.