Palácio do Planalto from Brasilia, Brasil/Wikimedia Commons

O empresário Luciano Hang, proprietário da rede varejista Havan, emitiu uma nota de repúdio após a Justiça do Trabalho condená-lo por “assédio eleitoral” contra uma ex-funcionária da unidade de Jacareí (SP), determinando uma indenização de quase R$ 6 mil. A decisão, publicada em reportagem da Folha de S.Paulo na quinta-feira, 27 de março de 2025, refere-se a um julgamento de fevereiro de 2025 conduzido pelo juiz Fabrício Martins Veloso.

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A ex-funcionária, empregada entre outubro de 2019 e abril de 2022, alegou ter sofrido pressão para evitar apoio a partidos contrários ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo ela, a gerente da loja sugeria que divergências políticas não eram toleradas e chegou a afirmar que a Havan poderia fechar se Luiz Inácio Lula da Silva vencesse as eleições. Ela também relatou a demissão de uma colega por críticas a Bolsonaro. A sentença citou a ausência do número 13 em armários e caixas como prova de “constrangimento abusivo”, prática que a Havan diz existir desde 1986 por decisão pessoal de Hang, sem vínculo político.

“Não aceito calado essa perseguição”, declarou Hang na nota. “Usar o número 13 como justificativa é um escárnio jurídico, um julgamento além do pedido, mostrando imparcialidade.” Ele chamou a decisão de “lamentável e absurda”, motivada por “questões políticas sem base na realidade”, e questionou: “Como ela cita fatos de 2018 se só foi contratada em 2020 e ficou até 2022?” Hang sugeriu que a ex-funcionária busca “vantagem financeira” com distorções e confia na reforma da sentença em instância superior.

Em maio de 2024, a Havan já havia sido condenada por assédio eleitoral em outro caso, com a 3ª Turma do Tribunal Superior do Trabalho mantendo indenização a um ex-vendedor obrigado a usar camisetas pró-Bolsonaro e exposto a ameaças de demissão em lives de Hang. A empresa refutou as acusações como “absurdas”, negando coerção. As decisões judiciais reacendem o debate sobre a conduta de Hang, conhecido apoiador de Bolsonaro, e sua influência política no ambiente de trabalho, segundo a Revista Oeste.

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