A Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA) revelou na sexta-feira um perigo agudo por radiação e substâncias químicas na instalação nuclear de Natanz, no Irã. O diretor-geral da IAEA, Rafael Grossi, ao se dirigir ao Conselho de Segurança da ONU, confirmou a presença de “contaminação radiológica e química” dentro da instalação, enquanto observou que os níveis de radiação fora do complexo estão normais.
Grossi detalhou a natureza da contaminação, afirmando que a radiação consiste principalmente em partículas alfa, que representam um “perigo significativo se inaladas ou ingeridas”. Ele ressaltou que esse risco pode ser gerenciado eficazmente com medidas de proteção apropriadas. A toxicidade química, no entanto, permanece a principal preocupação dentro da instalação, e ele sugeriu a possibilidade de isótopos de urânio dispersos.
De acordo com informações de Israel National News, os achados da IAEA surgem após um ataque israelense ao local de Natanz nas primeiras horas de sexta-feira, coincidindo com o início da Operação Leão Ascendente. Grossi já havia informado à BBC que aproximadamente 15.000 centrífugas em Natanz provavelmente foram severamente danificadas ou destruídas devido a um corte de energia atribuído à operação israelense.
Grossi também estendeu seu alerta a outras instalações nucleares iranianas, mencionando especificamente a usina nuclear de Bushehr, que armazena milhares de quilos de material nuclear. Ele enfatizou as graves consequências de um ataque a tal instalação, afirmando: “Quero deixar absolutamente e completamente claro que, em caso de um ataque à usina nuclear de Bushehr, um impacto direto resultaria em uma liberação muito alta de radioatividade para o meio ambiente”. Ele ainda alertou que uma interrupção no fornecimento de energia de Bushehr poderia levar ao derretimento do núcleo do reator e a uma alta liberação de radioatividade.
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No domingo, o The Wall Street Journal relatou que Israel causou um golpe significativo em partes do programa nuclear do Irã, começando com Natanz. Funcionários israelenses e da agência atômica da ONU confirmaram ao jornal que as centrífugas foram incapacitadas, com indícios de uma possível implosão da seção subterrânea, embora um funcionário israelense tenha alertado que avaliações adicionais seriam necessárias.
Além de Natanz, Israel também atacou componentes críticos da cadeia de suprimentos no complexo de Isfahan, no Irã, atingindo plantas de conversão de urânio e fabricação de combustível, ambas essenciais para armas nucleares, de acordo com o relatório. Especialistas estimam que um ano pode ser necessário para a reconstrução.