Em uma carta entregue no domingo ao Primeiro Ministro da Escócia, John Swinney, quase 3.000 cidadãos preocupados acusaram o governo escocês de alimentar o antissemitismo e colocar em risco a vida dos judeus na Escócia devido à sua postura anti-Israel. A carta foi elaborada pelo grupo Scotland Against Antisemitism, após o anúncio feito por Swinney na quinta-feira passada de que o governo escocês pausaria novos contratos públicos com empresas de armas que fornecem para Israel.
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Swinney justificou a decisão afirmando que “diante de genocídio, não pode haver negócios como de costume” – uma declaração que recebeu críticas contundentes de ativistas judeus e observadores internacionais. De acordo com informações de Israel National News, essa declaração foi feita em resposta ao que Swinney descreveu como evidências plausíveis de genocídio.
Leah Benoz, fundadora e diretora do Scotland Against Antisemitism, alertou em um comunicado que acompanhou a carta: “Nenhuma vida palestina será salva por essas medidas, mas a vida judaica na Escócia será colocada em maior risco”. Swinney explicou ainda que o governo escocês interromperia o financiamento a empresas de armas cujos produtos são utilizados por países onde existem “evidências plausíveis de genocídio”, incluindo explicitamente Israel. Ele também defendeu o reconhecimento de um estado palestino, ecoando a posição recente do governo britânico de que tal reconhecimento poderia ocorrer na próxima semana se Israel não cumprir certas condições, incluindo um cessar-fogo.
A carta instou Swinney a “retirar a linguagem inflamatória, especialmente em torno de ‘genocídio’, a se engajar com a comunidade judaica na Escócia” e “a se comprometer com medidas concretas para proteger a segurança judaica”. Apesar de representarem apenas 0,093% da população da Escócia, os judeus foram vítimas de aproximadamente 17% de todos os crimes de ódio motivados por religião no ano passado, segundo a carta, destacando a vulnerabilidade da comunidade em meio a tensões crescentes.