O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, demitiu abruptamente o embaixador britânico nos Estados Unidos, Peter Mandelson, após a revelação de e-mails que mostram laços mais próximos com o condenado pedófilo Jeffrey Epstein do que se sabia anteriormente.
De acordo com informações de Fox News, a série de e-mails foi divulgada pelo jornal The Sun na quarta-feira. Os e-mails mostram Mandelson expressando simpatia e apoio a Epstein em 2008, quando ele enfrentava sua primeira condenação por solicitar prostituição de uma menor. Mandelson, um político e estrategista veterano do Partido Trabalhista, aconselhou Epstein a “lutar por uma libertação antecipada” em recursos legais antes que ele fosse sentenciado a 18 meses de prisão. “Eu penso o mundo de você”, disse Mandelson a Epstein antes do início de sua sentença.
Em um pronunciamento na Câmara dos Comuns na quinta-feira, o ministro do Escritório de Relações Exteriores, Stephen Doughty, reconheceu que a decisão de demitir Mandelson veio após a publicação dos e-mails enviados por ele a Epstein. “À luz das informações adicionais em e-mails escritos por Peter Mandelson, o primeiro-ministro solicitou ao secretário de Relações Exteriores que o retirasse do cargo de embaixador”, declarou o Escritório de Relações Exteriores em um comunicado. “Os e-mails mostram que a profundidade e a extensão da relação de Peter Mandelson com Jeffrey Epstein são materialmente diferentes daquelas conhecidas no momento de sua nomeação”, acrescentou.
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As revelações vieram após a divulgação, na semana passada, por democratas do Comitê de Supervisão da Câmara dos EUA, de um álbum de aniversário compilado para Epstein em 2003. Nesse álbum, Mandelson se referiu a Epstein como “meu melhor amigo” em uma anotação manuscrita.
As revelações provocaram pedidos de ação da oposição. Conservadores e o Partido Nacional Escocês exigiram a renúncia de Mandelson, enquanto os Democratas Liberais pressionaram por uma investigação.
Mandelson foi uma das figuras-chave por trás da revitalização do partido sob o comando de Tony Blair. Nos anos 1990, ele foi central na reformulação do Partido Trabalhista como “Novo Trabalhismo”, trabalhando de perto com Blair e Gordon Brown. Ele ocupou cargos ministeriais seniores, incluindo Secretário de Comércio e Secretário da Irlanda do Norte sob Blair, e Secretário de Negócios sob Gordon Brown. Ele também serviu como comissário de Comércio da União Europeia de 2004 a 2008, antes de retornar à política doméstica ainda naquele ano como Lord Mandelson, um par vitalício na Câmara dos Lordes.
Mais recentemente, em maio de 2024, Mandelson visitou o presidente dos EUA, Donald Trump, no Salão Oval durante o anúncio de um acordo comercial limitado entre EUA e Reino Unido.