Um vídeo publicado nas redes sociais oficiais do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para promover a liderança brasileira na cúpula do Brics gerou controvérsia ao exibir áreas disputadas da Ucrânia, incluindo partes do leste e sul, como Donbass e arredores de Kharkiv, pintadas com as cores da bandeira russa (azul, vermelho e branco). O material, que abordava discussões do Brics sobre financiamento para transição energética, sugeria que esses territórios estavam sob controle da Rússia.
Desde o início da invasão russa em fevereiro de 2022, Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia, tem sofrido bombardeios constantes, mas nunca foi tomada pelas forças de Vladimir Putin, que tentam avançar no norte e nordeste. As regiões de Donetsk e Luhansk, no leste, são disputadas por Moscou, com apoio de grupos separatistas pró-Rússia, e o Kremlin busca anexá-las em negociações de paz.
Após críticas na imprensa, o governo brasileiro retirou o vídeo e publicou uma versão revisada, sem menção à Rússia. Lula tem se posicionado como possível mediador no conflito, mas mantém uma relação distante com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, desde um encontro marcado por divergências em 2023. O petista adota um tom mais crítico a Zelensky do que outros líderes ocidentais, o que gera desconforto no governo ucraniano, que o considera alinhado demais à Rússia.
