Marcelo Camargo/Agência Brasil

A Caixa Econômica Federal, banco estatal sob o comando do governo Lula no Brasil, emitiu uma nota oficial sobre o contrato de R$ 3,3 milhões firmado com o jornalista Eduardo Bueno, também conhecido como Peninha.

Bueno, autor de livros de história, chamou atenção na imprensa recentemente ao comemorar o assassinato de Charlie Kirk, ativista conservador dos Estados Unidos.

Na nota, a Caixa confirmou que o contrato com Peninha segue em vigor, abrangendo a produção de dois livros sobre a história do banco, além de atualizações e uma série documental. No entanto, o banco estatal não comentou as recentes declarações de ódio feitas pelo escritor.

Os livros em questão são “Caixa: Uma História Brasileira”, de 2002, e “Caixa: 150 Anos de uma História Brasileira”, de 2010. Os contratos para revisão e ampliação foram assinados em janeiro de 2025, com entrega prevista para 2026.

De acordo com o Revista Oeste, a contratação ocorreu por inexigibilidade de licitação, conforme a Lei 9.610 sobre direitos autorais, que permite apenas ao detentor dos direitos revisar e expandir as obras. Publicação no Diário Oficial da União, de 23 de janeiro de 2025, indica que a atualização resultará em uma edição comemorativa dos 165 anos da empresa, versão bilíngue digital e uma websérie documental baseada no livro.

Logo após o assassinato de Charlie Kirk, Eduardo Bueno postou um vídeo na sexta-feira, 12 de setembro de 2025, no qual, sorrindo e aplaudindo, afirmou que “é terrível um ativista ser morto por ideias, exceto quando é Charlie Kirk”.

No sábado, 13 de setembro de 2025, Bueno divulgou outro vídeo para justificar sua declaração, e no domingo, 14 de setembro de 2025, negou ter louvado o assassinato, mas afirmou que “o mundo fica melhor sem ele”. Ele disse: “Eu não festejei o assassinato dele e nem louvei o assassino. O que eu quis dizer, e digo de novo porque acredito nisso e repito: o mundo fica melhor sem determinadas pessoas. E o mundo, na minha opinião, ficou melhor sem a presença desse cara. O problema é que eu disse isso no dia da morte dele.”

Essa não é a primeira vez que Bueno celebra a morte de adversários políticos. Em 2021, durante entrevista ao podcast do humorista Rafinha Bastos, ele admitiu torcer pela morte de políticos de direita.

Bueno declarou: “Eu desejo a morte, boto o olho, torço quando eles morrem e vibro quando eles morrem. Quando morreu o [Ronald] Reagan eu festejei, quando morreu o [Emílio] Médici eu festejei, quando morreu a Margareth Thatcher eu festejei mesmo, assumo e digo.” Questionado sobre o atentado a faca contra Bolsonaro por Adélio Bispo em 2018, respondeu: “Faltou a viradinha [da faca].”

Bueno foi além, confessando em outra entrevista a Rafinha Bastos ter tentado atropelar idosas que carregavam a bandeira do Brasil. Ele disse: “Sabe um carro que se jogou em cima de vocês? Era meu! Era eu que joguei meu carro em cima de vocês, suas velhas. Pena que não atropelei, porque minha mulher não deixou.”

Apesar desse histórico de declarações, Eduardo Bueno ocupa cargo no Conselho Editorial do Senado, presidido pelo senador Randolfe Rodrigues (PT-AP). Registros oficiais mostram pelo menos duas viagens de Bueno pagas com dinheiro público em nome do órgão. O senador Magno Malta (PL-ES) pediu a exoneração de Bueno.

A nota da Caixa afirma: “A CAIXA informa que o jornalista Eduardo Bueno é autor de dois livros sobre a história da CAIXA, contratados em 2002 e 2010.

“Este ano, o escritor foi contratado para atualizar os livros escritos por ele, com previsão de entrega em 2026. Além do livro em português e inglês, a contratação contempla uma web série documental baseada na obra, sobre os 165 anos da CAIXA, o fornecimento de exemplares impressos e versão digital e bilíngue do livro em formato de revista eletrônica.

“Em razão do disposto na Lei 9.610, que regula os direitos autorais, a contratação aconteceu com inexigibilidade de licitação por impossibilidade de se estabelecer competição para essa contratação, uma vez que cabe ao detentor dos direitos autorais a revisão e ampliação da obra.

“O contrato está em andamento e cumprindo as etapas previstas contratualmente.”

Hoje, 17 de setembro de 2025, o caso continua gerando debates sobre o uso de recursos públicos em contratações controversas.

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