Israel National News / Reprodução

Em uma entrevista à Sky News, o ex-primeiro-ministro de Israel, Naftali Bennett, criticou duramente um relatório recente da Comissão Independente Internacional de Inquérito da ONU, que acusa Israel de atos de genocídio em Gaza, qualificando-o como um documento descuidado que ignora contextos essenciais.

O relatório de 72 páginas da ONU, que detalha alegações de genocídio por parte das autoridades de Israel, foi descrito por Bennett como sem credibilidade. Ele afirmou que, em 72 páginas, faria sentido mencionar como tudo começou com um massacre promovido pelo Hamas, que resultou na morte de 1.200 israelenses no dia 07 de outubro. Bennett questionou: “Queimando bebês, cortando cabeças, estuprando mulheres – faz sentido para você que eles omitiram tudo isso e começaram só depois?”

Enquanto o entrevistador da Sky News observou que a Comissão já havia acusado o Hamas de crimes de guerra e enfatizou que as leis de guerra se aplicam a ambos os lados, Bennett rebateu afirmando que Israel age de acordo com o direito internacional e toma precauções para evitar danos a civis. “Toda vez que identificamos um terrorista em um prédio civil, notificamos as pessoas nesse prédio com antecedência”, disse ele. “Milhões de folhetos, dezenas de milhões de mensagens de texto. Isso não é genocídio.”

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Abordando alegações específicas, o entrevistador citou a reivindicação da Comissão de que Israel impôs deliberadamente condições de vida destinadas a destruir o grupo, incluindo o bloqueio de ajuda, serviços médicos e o deslocamento forçado de civis. Bennett negou firmemente essas acusações: “Nenhuma delas aconteceu. O Hamas transformou quase todas as casas em Gaza em bases terroristas.”

De acordo com o Israel National News, ele criticou o relatório por omitir detalhes chave, como o ataque a Mohamed Sinwar perto de um hospital: “O que eles esqueceram de mencionar é que alvejamos Mohamed Sinwar, o arquiteto de todo esse massacre e guerra. Isso não é descuidado na sua opinião?”

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Quando questionado sobre o impacto humanitário da guerra, Bennett destacou os esforços de ajuda de Israel: “Permitimos a entrada de dois milhões de toneladas de ajuda, das quais 1,6 milhão são de alimentos, em Gaza. Realizamos 600 mil vacinas contra pólio para crianças em Gaza. Isso é genocídio? Vamos lá.”

Bennett também rejeitou citações usadas no relatório como distorcidas. Sobre a referência do ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, a “animais humanos”, ele respondeu: “Sim. E isso são animais humanos. Estamos falando do Hamas.” Ele continuou: “Al Qaeda são animais humanos. O Hamas são animais humanos. Os nazistas eram animais humanos. Ninguém está falando dos cidadãos.”

Quanto a uma citação atribuída ao presidente de Israel, Isaac Herzog, Bennett disse: “Isso é uma distorção. O que ele disse e o que é correto é que o público, a maior parte dele, apoia o massacre de 07 de outubro. Isso é um fato. Sabemos que houve celebrações em massa por toda parte.”

Perguntado sobre a estratégia mais ampla e o fim da guerra, Bennett foi claro: “Ela termina no momento em que o Hamas liberta os reféns e depõe as armas. Nós não iniciamos essa guerra. Não temos desejos ou aspirações territoriais por Gaza.”

Ele concluiu expressando preocupação com os reféns israelenses mantidos em Gaza. “Eu concordo com ela. E acho que a maioria dos israelenses concorda e estamos horrorizados”, disse, referindo-se à mãe de um refém. Bennett descreveu os reféns como “48 israelenses que estão em jaulas, literalmente em jaulas, sendo famintos até a morte”, adicionando: “Eles são as únicas pessoas que estão passando por fome deliberada.”

O relatório da Comissão, divulgado no início deste mês de setembro de 2025, alega que Israel cometeu quatro atos proibidos pela Convenção sobre Genocídio e pede medidas internacionais, incluindo a interrupção de transferências de armas para Israel. O governo de Israel rejeitou categoricamente as conclusões, com o Ministério das Relações Exteriores chamando o relatório de um documento “fabricado” baseado em falsidades do Hamas.

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