Um juiz de imigração no estado de Louisiana, nos Estados Unidos, determinou a deportação do ativista anti-Israel Mahmoud Khalil, que possui residência permanente legal, para a Síria ou a Argélia.
A decisão foi emitida pelo juiz Jamee Comans em 12 de setembro, baseada na alegação de que Khalil não divulgou certas informações em sua solicitação de green card.
Essa ordem ocorre apesar de uma determinação existente de um tribunal federal em Nova Jersey, nos EUA, que bloqueia explicitamente a deportação enquanto o caso é revisado, analisando o argumento de que sua detenção e remoção seriam uma retaliação ilegal por sua defesa pró-árabe palestina.
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Os advogados de Khalil, em um arquivo recente no tribunal federal, indicaram a intenção de apelar da ordem de deportação, mas expressaram grande preocupação de que o processo seja rápido e desfavorável. Eles têm uma janela de 30 dias a partir da decisão de 12 de setembro para recorrer ao Board of Immigration Appeals.
Eles afirmaram que um apelo subsequente à Corte de Apelações do 5º Circuito é improvável de ter sucesso, já que esse tribunal quase nunca concede suspensões de remoção para não cidadãos.
Khalil, ex-estudante da Universidade Columbia, organizou protestos anti-Israel no campus e ganhou destaque nacional no início deste ano, quando foi detido pela Imigração e Alfândega (ICE) dos EUA em março, por supostamente representar uma ameaça à segurança nacional. Ele foi libertado no final de junho, após um juiz decidir que sua detenção era inconstitucional.
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Apesar desse revés, a administração do ex-presidente Donald Trump continuou os esforços para deportar Khalil, adicionando uma nova justificativa ao caso: a falha em divulgar todo o histórico de emprego e filiação a certas organizações ao solicitar o green card.
O ativista controverso enfrentou condenação generalizada por defender o massacre de 07 de outubro de 2023, que iniciou a guerra entre Israel e o Hamas. Em uma entrevista ao New York Times em 06 de agosto, ele tentou justificar o massacre de forma bizarra como uma tentativa desesperada do Hamas para romper o ciclo de sofrimento árabe palestino. Ele também se recusou a descrever o ataque como um erro, reconhecendo que alvejar civis é errado.
Dias após sua libertação, Khalil se juntou a um comício anti-Israel na cidade de Nova York, nos EUA. Imagens postadas em redes sociais mostraram Khalil durante o protesto, que incluiu cânticos como Palestina viverá para sempre e do rio ao mar.
Ele apareceu em outra manifestação anti-Israel no mês passado, onde citou um correspondente da Al Jazeera que também atuava como terrorista do Hamas e foi eliminado por Israel em Gaza.
De acordo com o Israel National News, a ordem de deportação foi relatada na quarta-feira.