iStock / Israel National News / Reprodução

A recusa de Teerã em cooperar com inspetores internacionais e em dialogar com os Estados Unidos parece prestes a ativar o retorno das sanções das Nações Unidas, com diplomatas ocidentais indicando na quarta-feira que essa reimposição é o cenário mais provável.

Após uma ligação tensa na quarta-feira, houve pouco avanço entre ministros iranianos e europeus para evitar a reimposição de sanções internacionais contra Teerã. O E3 – Reino Unido, França e Alemanha – iniciou um processo de 30 dias no final de agosto para acionar o “mecanismo de snapback”, que restauraria as sanções da ONU contra o regime iraniano.

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A chamada de quarta-feira envolveu os ministros das Relações Exteriores do E3, o chefe de política externa da União Europeia e o equivalente iraniano. O diálogo veio após um acordo recente entre o Irã e a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) para retomar a cooperação, incluindo inspeções em princípio de instalações nucleares.

No entanto, diplomatas ocidentais descreveram esse acordo como insuficiente, sem um cronograma claro e deixando espaço para o Irã continuar sua política de evasão e obstrução. Um ponto principal de discórdia é o status das reservas de urânio enriquecido do Irã, que estão sem contabilização desde que Israel e os Estados Unidos realizaram ataques aéreos em instalações nucleares iranianas em junho.

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O E3 ofereceu adiar o snapback por até seis meses para permitir negociações sérias. Essa oferta era condicionada ao Irã restaurar o acesso para inspetores nucleares da ONU e se envolver em conversas com os EUA.

O Irã não demonstrou disposição para retomar negociações com Washington e afirmou que ainda está “refinando” sua cooperação com a AIEA. O chefe de segurança do Irã, Ali Larijani, disse recentemente que Teerã está aberto a conversas com os EUA, mas não aceitará restrições em seu programa de mísseis.

O Ministério das Relações Exteriores da Alemanha postou no X que o E3 “enfatizou que o Irã ainda não tomou as ações razoáveis e precisas necessárias para alcançar uma extensão da Resolução 2231”, adicionando que as sanções seriam reimpostas sem “ações concretas nos próximos dias”. Essas sanções afetariam gravemente os setores financeiro, bancário, de hidrocarbonetos e de defesa do Irã.

De acordo com o Israel National News, uma declaração na mídia estatal iraniana indicou que o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, expressou disposição para alcançar uma solução “justa e equilibrada”.

“A República Islâmica do Irã entrou em diálogo com a Agência Internacional de Energia Atômica com uma abordagem responsável… sobre como o Irã cumprirá suas obrigações de salvaguardas na nova situação… Agora é a vez das partes opostas usarem essa oportunidade para continuar o caminho diplomático e prevenir uma crise evitável”, disse Araghchi.

Apesar dessa retórica, um oficial iraniano afirmou: “O entendimento em Teerã é que as sanções da ONU serão reimpostas. É por isso que Teerã se recusa a fazer concessões”. Um diplomata iraniano também reiterou a promessa de Teerã de retaliar se as sanções forem restauradas.

Hoje, 18 de setembro de 2025, o impasse persiste, destacando as tensões contínuas no programa nuclear iraniano.

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