A deputada republicana Elise Stefanik, de Nova York, nos Estados Unidos, solicitou que a procuradora-geral Pam Bondi inicie uma investigação contra a organização Médicos Sem Fronteiras, com base na Lei Antiterrorismo.
Em uma carta obtida e analisada, Stefanik acusa a entidade, conhecida pelo acrônimo francês MSF, de lançar uma ofensiva midiática contra a Fundação Humanitária de Gaza, apoiada pelos EUA, alegando que a organização estaria envolvida em “mortes orquestradas”.
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Stefanik argumenta que esses ataques ecoam a propaganda constante divulgada pelo Hamas e ameaçam comprometer a única operação humanitária de grande escala em Gaza, focada na distribuição de alimentos.
O grupo humanitário apoiado pelos EUA criticou os Médicos Sem Fronteiras, acusando-os de espalhar alegações falsas.
A Fundação Humanitária de Gaza distribuiu 167 milhões de refeições aos habitantes de Gaza desde o início de suas operações em maio. No mesmo período, menos de 18% da ajuda enviada pela ONU chegou ao destino devido a roubos e saques armados, conforme dados do Escritório das Nações Unidas para Serviços de Projetos.
Na carta dirigida a Bondi, Stefanik afirma que, ao usar sua plataforma e recursos para amplificar desinformação alinhada ao Hamas, a MSF pode estar cruzando para atividades ilegais. Ela destaca que a Lei Antiterrorismo proíbe qualquer indivíduo ou organização de fornecer apoio material a grupos terroristas designados, incluindo por meio de propaganda.
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O Hamas planejou infiltrações em um local de ajuda apoiado pelos EUA em Gaza, forçando uma paralisação temporária.
Stefanik aponta vários indícios de que a MSF não é neutra no conflito de Gaza e parece promover apenas retórica apoiada pelo Hamas. Ela menciona que a organização não fez referência aos reféns detidos ilegalmente pelo Hamas em Gaza e não defendeu que eles recebessem tratamento médico.
Stefanik descreve casos de reféns que precisavam de cuidados especializados. Um deles recebia tratamento para câncer em 07 de outubro. Outro perdeu a mão em uma explosão de granada no festival Nova. Uma terceira foi sequestrada grávida de nove meses e deu à luz em cativeiro. Nenhum desses casos foi incluído na advocacia “humanitária” da MSF, segundo Stefanik.
De acordo com o Fox News, Stefanik também questiona as ações e declarações extremistas de funcionários da MSF, que geraram críticas à organização. Em um caso, após a MSF lamentar a morte de um funcionário morto em Gaza em junho de 2024, as Forças de Defesa de Israel confirmaram que ele era especialista em foguetes para a Jihad Islâmica Palestina. Em outro, um funcionário pediu publicamente que palestinos “lutassem e morressem como mártires”, conforme reportado pela publicação francesa Le Journal du Dimanche em março de 2024.
Stefanik ainda questiona se a MSF, registrada como entidade sem fins lucrativos 501(c)(3), violou as proibições estritas associadas a esse status. Ela pede que o escritório de Bondi revise os “ataques políticos” da organização e, se necessário, a encaminhe ao Serviço de Receita Interna dos EUA.
Isso não é uma questão de supervisão rotineira”, concluiu Stefanik. “É uma questão de segurança nacional, proteção dos contribuintes e doadores americanos e defesa de organizações humanitárias legítimas em uma das zonas de conflito mais perigosas do mundo. O presidente Trump deixou claro que os Estados Unidos nunca tolerarão apoio a organizações terroristas de qualquer forma, e este caso exige a mesma clareza e determinação.
A MSF não respondeu imediatamente às perguntas sobre a carta de Stefanik.
Beth Bailey é repórter cobrindo Afeganistão, Oriente Médio, Ásia e América Central. Ela foi anteriormente analista de inteligência civil no Departamento do Exército dos EUA. É possível segui-la no Twitter em @BWBailey85.