Parlamentares do Partido Liberal (PL) e aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro reagiram com indignação ao parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR), apresentado na terça-feira, 15 de julho de 2025, que solicita a condenação de Bolsonaro a até 43 anos de prisão por crimes relacionados a uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. O documento, que encerra a fase de instrução do processo no Supremo Tribunal Federal (STF), foi classificado por deputados e senadores como uma perseguição política contra o principal líder da oposição.
A PGR acusa Bolsonaro de liderar uma organização criminosa armada, tentar subverter o Estado Democrático de Direito, incitar ataques às instituições republicanas e disseminar desinformação. O caso será analisado pela Primeira Turma do STF, que decidirá sobre a condenação ou absolvição de Bolsonaro e outros sete investigados, ainda sem data definida para o julgamento. Em depoimento ao STF em junho, o ex-presidente negou qualquer envolvimento em planos golpistas, e sua defesa alega ausência de provas documentais que o incriminem diretamente.
O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) criticou a PGR, apontando que o órgão arquivou suspeitas contra um ex-ministro do governo Lula, mas agora busca punir Bolsonaro sem evidências, sugerindo que a Justiça visa “vingança” contra ele e a oposição. A deputada Carol de Toni (PL-SC) classificou as acusações como infundadas, denunciando uma “caça às bruxas” contra Bolsonaro. O senador Marcos Pontes (PL-SP) acusou a PGR de agir como “instrumento político” e afirmou que “a democracia brasileira foi sequestrada”, descrevendo o cenário como uma luta “moral, espiritual e de sobrevivência”.
Flávio Bolsonaro (PL-RJ) ironizou o procurador-geral, destacando que o caso transcende a figura de Bolsonaro ou da direita, sendo uma batalha pela liberdade e pelo futuro do Brasil. Já a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) chamou o parecer de “lamentável”, defendendo que acusar um ex-presidente “que nunca roubou um centavo” revela uma PGR movida por “ódio e vingança” ou desconexão com a realidade.