A Justiça do Trabalho de Alagoas tomou uma decisão recente que manteve o bloqueio das contas bancárias de Cecile e Celine Collor, filhas gêmeas do ex-presidente do Brasil Fernando Collor, visando assegurar o pagamento de uma dívida trabalhista ligada à TV Gazeta, emissora que pertence ao ex-mandatário.
O montante bloqueado chega a aproximadamente R$ 650 mil para cada uma das jovens, que têm 19 anos.
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Os defensores das gêmeas apresentaram recurso ao Tribunal Regional do Trabalho de Alagoas (TRT-AL), alegando que o bloqueio seria ilegal e abusivo, uma vez que elas não são rés na ação e não tiveram oportunidade de defesa.
Contudo, o desembargador Roberto Ricardo Guimarães Gouveia rejeitou o recurso em decisão proferida na terça-feira, 09 de setembro de 2025.
O magistrado apontou que Fernando Collor efetuou transferências financeiras significativas para as filhas em 2023, justamente no período em que já enfrentava processos trabalhistas e figurava como executado.
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De acordo com o Revista Oeste, essas transferências, combinadas à dificuldade em localizar bens do ex-presidente, geram fortes indícios de fraude à execução.
O desembargador declarou que tal conduta, aliada às tentativas infrutíferas de encontrar ativos do executado no processo principal, configura suspeitas claras de fraude, com o intuito de frustrar o pagamento da dívida por meio de uma partilha antecipada de bens.
Na decisão, foi destacado ainda que a notória capacidade econômica dos envolvidos, figuras públicas cujo patrimônio é amplamente divulgado na imprensa nacional e estadual, reforça a plausibilidade do direito reivindicado pela parte credora e a necessidade da medida de bloqueio.
A ordem inicial para o bloqueio dos bens das filhas foi emitida em 18 de agosto de 2025 pela juíza substituta Sarah Vanessa Paixão, da 1ª Vara do Trabalho de Maceió, que considerou as doações feitas por Collor como uma tentativa de esvaziar o patrimônio e prejudicar o credor.
Os bloqueios nas contas de Collor estão em vigor desde agosto de 2023, mas até agora a Justiça localizou apenas R$ 14 em seus ativos.
No mesmo período, ele teria transferido R$ 1,3 milhão para as filhas.
