Mike Herzog, ex-embaixador de Israel nos Estados Unidos até janeiro e general de brigada aposentado, afirmou que a visita de Benjamin Netanyahu aos EUA nesta semana foi organizada às pressas e focou em quatro tópicos principais. Em entrevista exclusiva ao jornal Maariv, Herzog revelou que a razão urgente para a vinda do primeiro-ministro a Washington foi a questão iraniana.
A decisão da administração americana de iniciar imediatamente negociações com o Irã e informar Israel sobre o desenvolvimento foi o motivo do encontro apressado, segundo Herzog. Ele explicou que isso foi feito para garantir que Israel estivesse ciente e alinhado com os próximos passos.
Herzog destacou que Israel nunca se opôs, em princípio, ao engajamento diplomático sobre o programa nuclear iraniano. No entanto, devido a fracassos passados e lições dolorosas, Israel aborda as atuais negociações entre os EUA e o Irã com desconforto e grande cautela.
O projeto nuclear iraniano avançou tanto que é difícil imaginar como um retrocesso significativo pode ser alcançado apenas pela diplomacia. No entanto, existe uma oportunidade única, porém limitada no tempo, para abordar a questão militarmente.
Herzog ressaltou duas preocupações principais de Israel: ou o Irã prolongará as negociações indefinidamente para ganhar tempo, ou a dinâmica das negociações levará os EUA a fazer concessões ao Irã na pressa de chegar a um acordo, potencialmente um acordo ruim.
Por outro lado, o primeiro-ministro Netanyahu apresentou um alto limite para qualquer acordo – o “modelo líbio” – que significa o desmantelamento completo e a destruição de toda a infraestrutura nuclear.
Herzog acrescentou que não há chance de o Irã concordar com tal exigência, como já anunciou esta semana. Portanto, a questão se torna: os EUA insistirão neste modelo? E, se sim, o que farão se o Irã rejeitá-lo?
Herzog acredita que Israel deve tentar concordar antecipadamente com a administração dos EUA sobre as ações a serem tomadas caso o Irã não aceite as exigências de desmantelamento nuclear.