Na sexta-feira, o The New York Times relatou que altos funcionários iranianos, em uma intervenção rara, pressionaram o Líder Supremo do Irã, Ayatollah Ali Khamenei, a permitir negociações com os Estados Unidos sobre o programa nuclear do regime ou enfrentar o risco de queda da República Islâmica.
Está previsto que EUA e Irã se reúnam em Omã no sábado para discutir o programa nuclear iraniano.
De acordo com o relatório do The New York Times, que citou dois altos funcionários iranianos familiarizados com os detalhes, Khamenei realizou uma reunião no mês passado com a presença dos chefes do judiciário e do parlamento. Esses funcionários, em um esforço coordenado descrito como incomum pelos informantes, pressionaram Khamenei a aceitar negociações com Washington, inclusive de forma direta.
Eles alertaram Khamenei de que a ameaça de ação militar por parte dos EUA e de Israel contra seus locais nucleares era séria.
Se o Irã recusar as negociações ou se as negociações fracassarem, os funcionários disseram ao Sr. Khamenei, ataques militares aos dois principais locais nucleares do Irã, Natanz e Fordow, seriam inevitáveis”, disseram as fontes, conforme relatado pelo Times.
O país, já em situação econômica precária, seria forçado a responder, mas isso também provavelmente levaria a uma agitação interna se fosse para a guerra, disseram.
A combinação desses eventos representaria uma ameaça existencial à República Islâmica, disseram os funcionários a Khamenei, segundo os relatos.
As fontes afirmaram que Mohammad Bagher Ghalibaf, ex-chefe do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica e atual chefe conservador do Parlamento, disse a Khamenei que uma guerra combinada com uma implosão econômica interna poderia rapidamente sair de controle.
Também citaram o Presidente Masoud Pezeshkian dizendo a Khamenei que gerenciar o país durante suas crises atuais não era viável. O relatório aponta para cortes de energia que ameaçam fechar fábricas e falta de água na cidade central de Yazd, que viu escolas e escritórios do governo fechados esta semana.
O Irã anteriormente rejeitou negociações, mas desde então cedeu em meio às ameaças do Presidente dos EUA, Donald Trump.