The local Jewish community / Israel National News / Reprodução

No dia 22 de setembro de 2025, recordamos que, às vésperas do Rosh Hashanah, o Ano Novo Judaico, o presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, enviou uma carta festiva à comunidade judaica de seu país, destacando o papel especial do judaísmo na vida social azeri e a tradição de longa data de tolerância no Estado.

Na carta, Aliyev escreveu: “Parabenizo vocês de todo o coração pela ocasião do Rosh Hashanah e expresso meus melhores votos”. Ele prosseguiu: “A comunidade judaica ocupa um lugar especial no Azerbaijão, um país onde tradições progressivas históricas de tolerância e uma alta cultura de coexistência prevaleceram. Os judeus, que hoje são uma parte inseparável de nossa sociedade, vivem há séculos lado a lado com membros de outros povos e religiões em condições de paz, respeito mútuo e confiança”.

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O presidente acrescentou que, no mundo atual, o Azerbaijão se destaca como um dos poucos países livres de antissemitismo e intolerância religiosa, enfatizando: “Preservar a diversidade cultural, nutrir a língua e a cultura das minorias étnicas e promover valores multiculturais – esses estão entre os objetivos centrais de nossa política nacional”.

Aliyev destacou que os cidadãos judeus do país participam ativamente de todas as esferas da vida pública e política, contribuindo significativamente para fortalecer a solidariedade nacional-espiritual e para apresentar a realidade do Azerbaijão à comunidade internacional.

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Ele concluiu: “Rosh Hashanah é um símbolo de renovação, pureza espiritual, bondade e solidariedade. Neste dia festivo, parabenizo cada um de vocês novamente, desejando felicidade às suas famílias e abundância aos seus lares”.

A saudação do presidente coincide com os preparativos para a Conferência de Rabinos Europeus, marcada para novembro em Baku, um evento inédito que deve reunir 500 rabinos e líderes espirituais de todo o continente.

Eventos culturais e religiosos judaicos em capitais europeias frequentemente exigem alta segurança ou são cancelados devido ao aumento do antissemitismo e ameaças de segurança. Nesse contexto, a disposição do Azerbaijão em sediar um encontro judaico de grande escala soa como uma nota completamente diferente. Para o Azerbaijão, que abriga uma das comunidades judaicas mais antigas do mundo, a decisão reflete uma herança de longa data de coexistência, em vez de hesitação.

De acordo com o Israel National News, a conferência deve atrair atenção não apenas por suas dimensões religiosas e públicas, mas também pelo pano de fundo de ameaças e críticas vindas do Irã.

Em veículos de mídia iranianos e nas palavras de vários clérigos e comentadores, o evento foi apresentado como um passo controverso. Em algumas respostas, alegou-se que isso constituía um “dano à tradição xiita” e uma “expressão de proximidade excessiva com Israel”. A agência Farsnews, afiliada à Guarda Revolucionária, alertou que a conferência poderia gerar tensões internas no Azerbaijão. Comentadores adicionais afirmaram que o Azerbaijão usa seus laços com Israel como ferramenta política, e um imã da província de Gilan descreveu o movimento como “problemático” para a maioria xiita do país.

Apesar disso, a liderança em Baku prossegue com os preparativos para a conferência conforme planejado, transmitindo uma mensagem clara de autoconfiança e desejo de garantir que a vida da comunidade judaica no país continue sem medo.

Os serviços de segurança e a liderança estatal, sob a orientação direta do presidente Aliyev, agiram vigorosamente para remover as ameaças recorrentes, especialmente expressas em publicações da Guarda Revolucionária sobre a realização da conferência em Baku. O evento planejado receberá segurança apropriada para sua realização com a honra devida – no prazo marcado e em escala inédita.

Ao prosseguir com a conferência de rabinos apesar das ameaças iranianas, o Azerbaijão envia um sinal claro. Diferentemente de muitos países europeus, onde a vida judaica é cada vez mais vivida nas sombras, Baku demonstra que respeito, coexistência e segurança para judeus são possíveis em um país de maioria muçulmana.

O rabino Zamir Isayev, chefe da comunidade sefardita em Baku, disse antes do evento: “Israel e as comunidades judaicas ao redor do mundo devem abraçar o Azerbaijão e apoiar o caminho que ele escolheu. Estamos testemunhando uma aproximação histórica entre Baku e Washington, ao lado de iniciativas de paz e econômicas lideradas pelo presidente Aliyev. Esses desenvolvimentos provam que o Azerbaijão não é apenas um parceiro confiável, mas também um Estado que se mantém fiel à sua tradição e caminho soberano diante de pressões externas”.

Segundo ele, “o presidente Aliyev reiterou que o respeito pelos judeus é um modo de vida para os azeris. Em um mundo onde a verdadeira amizade é um recurso raro, o Azerbaijão provou que sua amizade com o povo judeu e com Israel é genuína e duradoura. Tal vínculo é precioso, e é nosso dever preservá-lo e fortalecê-lo”.

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