França, Reino Unido e Alemanha, conhecidos como E3, enviaram uma mensagem direta ao Irã exigindo o retorno imediato aos esforços diplomáticos relacionados ao seu programa nuclear. A exigência foi feita durante a primeira ligação conjunta entre os ministros das Relações Exteriores do E3, o chefe de política externa da União Europeia e o Ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi.
De acordo com informações de Israel National News, os três países europeus alertaram que, caso o Irã não demonstre “progresso concreto” até o final do verão, as sanções das Nações Unidas contra a República Islâmica serão restabelecidas. Esse ultimato ocorre após ataques aéreos realizados por Israel e os Estados Unidos em meados de junho, que visaram a infraestrutura nuclear iraniana.
Uma fonte diplomática francesa, falando após a ligação, confirmou que os ministros instaram o Irã a “retomar imediatamente os esforços diplomáticos para alcançar um acordo nuclear ‘verificável e duradouro'”.
Essa confirmação veio alguns dias depois de o Guardian reportar que a União Europeia está pronta para iniciar o processo de reinstituição das sanções da ONU contra o Irã, com um prazo de 29 de agosto para que Teerã demonstre progresso em seu programa nuclear.
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O E3, juntamente com China e Rússia, são os signatários remanescentes do acordo nuclear de 2015 com o Irã, que resultou na suspensão de sanções em troca de limitações nas atividades nucleares do país. A resolução do Conselho de Segurança da ONU que sustenta este acordo está prevista para expirar em 18 de outubro de 2025, com disposições permitindo a reimposição de sanções da ONU antes dessa data, um processo que levaria aproximadamente 30 dias.
Funcionários europeus têm alertado consistentemente que, sem um novo acordo nuclear, pretendem ativar o “mecanismo de reversão”. Esse mecanismo reimporia todas as sanções anteriores da ONU ao Irã, caso fosse constatada violação dos termos do acordo existente.
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O Secretário de Relações Exteriores do Reino Unido, David Lammy, advertiu na semana passada que as nações europeias imporão “sanções drásticas” ao Irã em semanas se o país não acabar com a incerteza nuclear e permitir que os inspetores da ONU retornem.
Recentemente, o Irã suspendeu sua cooperação com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), após um conflito de 12 dias entre Irã e Israel, que viu ataques sem precedentes de Israel e dos EUA contra instalações nucleares iranianas, escalando significativamente as tensões com o órgão de fiscalização da ONU.
O governo iraniano alega que uma resolução aprovada no mês passado pelo conselho da AIEA, que declarou o Irã em violação de suas obrigações de não proliferação, abriu caminho para os recentes ataques israelenses.
O Ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, emitiu recentemente um aviso severo às potências europeias, alertando que qualquer movimento para acionar sanções da ONU contra Teerã poderia levar a uma escalada séria e potencialmente irreversível das tensões.