O empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS, presta depoimento nesta quinta-feira, 25 de setembro de 2025, à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura cobranças ilegais contra aposentados e pensionistas.
Ele está preso desde 12 de setembro de 2025 e é considerado peça-chave no esquema que desviou milhões de reais do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Os parlamentares veem a oitiva como potencialmente decisiva, após tentativas anteriores sem sucesso de ouvi-lo.
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Pela primeira vez, o empresário terá oportunidade de se pronunciar publicamente, embora conte com decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que lhe assegura o direito ao silêncio.
Na segunda-feira, a Polícia Federal interrogou Antunes, e ele negou qualquer envolvimento em irregularidades.
A defesa afirma que ele pretende comparecer à CPMI, mas ressalta que Careca poderá se calar diante de perguntas que o comprometam.
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O ministro do STF André Mendonça enfatizou que todos os direitos constitucionais do empresário devem ser preservados.
Mesmo sem cargo oficial, Antunes é acusado de exercer influência política e poder econômico para obter vantagens no INSS.
Relatórios indicam que ele atuava em nome de entidades investigadas e utilizava dezenas de empresas para movimentar recursos suspeitos.
De acordo com o Revista Oeste, a Polícia Federal identificou 11 carros de luxo ligados ao Careca do INSS, incluindo quatro Porsches e quatro BMWs, além de três motocicletas.
Um documento revela que ele realizou 20 viagens internacionais entre 2023 e 2024, principalmente para a Europa e os Estados Unidos.
Os investigadores afirmam que Antunes comprou uma casa no exterior pouco antes da deflagração da Operação Sem Desconto.
Para a PF, esse movimento indicava risco de fuga e justificava a prisão preventiva decretada pela Justiça.
Segundo o inquérito, pessoas e empresas associadas ao empresário receberam R$ 25,5 milhões de entidades ligadas ao esquema.
Há registro de uma transferência de R$ 100 mil para um secretário municipal do Maranhão.
Entre 2023 e 2024, ele também teria enviado R$ 9,3 milhões a pessoas vinculadas a servidores do INSS.
Além disso, Antunes abriu uma offshore nas Ilhas Virgens Britânicas.
Para a PF, o uso de paraíso fiscal em meio à farra do INSS reforça a suspeita de que o objetivo era ocultar a origem ilícita dos valores.