No dia seguinte à revelação do caso de espionagem, o Escritório do Procurador do Estado de Israel apresentou uma acusação ao Tribunal Distrital de Tel Aviv contra Yaakov Perl, de 49 anos, cidadão dos Estados Unidos com cidadania israelense, sob suspeita de realizar uma série de operações para a inteligência do Irã com o objetivo de prejudicar a segurança de Israel.
De acordo com a acusação, entre suas atividades, Perl documentou a casa do ex-Chefe do Estado-Maior das Forças de Defesa de Israel, Herzl Halevi, e descreveu os arranjos de segurança ao redor da residência do Ministro de Israel Itamar Ben-Gvir.
A acusação afirma que Perl viveu no Marrocos nos últimos anos e se identificava com a seita hassídica Satmar, acreditando que a existência do Estado de Israel violava princípios religiosos e constituía uma “profanação do nome de Deus”. Por isso, entre 2023 e 2024, ele contatou operativos do Irã via Telegram até ser recrutado por um agente estrangeiro iraniano, que lhe prometeu um pagamento mensal e manteve contato contínuo com ele.
A promotoria alega que Perl tentou recrutar parceiros para operar em Israel em nome do Irã, e, ao falhar nisso, renovou seu passaporte israelense e entrou em Israel para realizar tarefas de coleta de inteligência.
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Entre outras atividades, Perl é acusado de fotografar a casa do ex-Chefe do Estado-Maior das Forças de Defesa de Israel, documentar o posicionamento de segurança ao redor da residência do Ministro de Israel Ben-Gvir, coletar informações sobre vários indivíduos e organizações, e até mesmo ser solicitado a investigar as atividades de uma organização que promove o acesso judeu ao Monte do Templo. Em troca, ele recebeu pelo menos 15 mil dólares transferidos para uma carteira digital.
De acordo com o Israel National News, junto com a acusação, foi apresentado um pedido de detenção até o final dos procedimentos. O pedido destaca que Perl iniciou o contato com os iranianos e trabalhou consistentemente para convencê-los a recrutá-lo. Com o tempo, ele não apenas seguiu ordens, mas também aconselhou sobre como executar as missões “da melhor maneira possível”. O pedido ainda alega que Perl expressou orgulho em suas ações e declarou sua intenção de continuar suas atividades mesmo da prisão, incluindo tentativas de recrutar operativos adicionais.
A acusação imputa a Perl os crimes de auxiliar um inimigo durante tempo de guerra, fornecer inteligência a um inimigo com a intenção de prejudicar a segurança nacional e fornecer inteligência a um inimigo que poderia beneficiá-lo.
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A promotoria solicitou que Perl permaneça detido durante todo o processo devido à sua suposta periculosidade e intenção contínua de agir contra a segurança de Israel.