O vice-presidente Geraldo Alckmin declarou nesta segunda-feira, 29 de setembro de 2025, que o diálogo entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do Brasil, e o presidente Donald Trump, dos Estados Unidos, ainda não possui data, formato ou local estabelecidos. O foco principal da discussão será a sobretaxa de 50% aplicada por Washington a produtos brasileiros.
“Não tem ainda informação sobre a data e o tipo do encontro, mas entendo que ele é um passo importante para a gente poder avançar”, afirmou Alckmin durante entrevista à rádio CBN.
A previsão inicial aponta para um contato remoto, como por telefone ou videoconferência, com uma possível reunião presencial em etapa posterior.
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O Palácio do Planalto e o Itamaraty avaliam diferentes possibilidades, incluindo uma visita à Casa Branca, um encontro na residência de Trump em Mar-a-Lago, ou até em outro país, aproveitando agendas diplomáticas.
Lula tem compromissos agendados para outubro na Itália, na Indonésia e na Malásia. Trump pode comparecer à cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático, na Malásia, no final do mês, evento que também contará com a presença do presidente brasileiro.
De acordo com o Revista Oeste, a sobretaxa sobre itens brasileiros está em vigor há quase dois meses. Alckmin ressaltou que o governo possui argumentos sólidos para revertê-la. “Os EUA têm superávit na balança comercial com o Brasil”, enfatizou o vice-presidente, que acumula o cargo de ministro da Indústria, Comércio e Serviços. “Estamos otimistas. Vamos aguardar os próximos dias para avançar mais.”
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Além das negociações com os Estados Unidos, o vice-presidente abordou questões econômicas internas. Um dos pontos foi a proposta de isenção do Imposto de Renda para rendas até R$ 5 mil, uma promessa de campanha de Lula, que deve ser votada na Câmara na quarta-feira, 1º.
A equipe econômica atua para que a medida entre em vigor em 2026.
Alckmin ainda pressionou o Banco Central pela diminuição da taxa básica de juros, atualmente em 15% ao ano. Segundo ele, o patamar da Selic prejudica o crescimento econômico e eleva o custo da dívida pública.
“Estamos otimistas que a gente possa ter uma redução da Selic mais rápida”, declarou o vice-presidente.
A taxa atual é a mais elevada desde julho de 2006, período do primeiro mandato de Lula, quando a Selic atingiu 15,25% ao ano.