Reuters / Israel National News / Reprodução

Um parente de Shiri Bibas e seus dois filhos pequenos, Ariel e Kfir – sequestrados e assassinados por terroristas do Hamas em 7 de outubro de 2023 – apresentou uma denúncia formal no Tribunal Penal Internacional (TPI) em Haia, acusando o Irã de genocídio.

A denúncia, submetida no início deste mês em nome da família Bibas, acusa a República Islâmica de crimes contra a humanidade, crimes de guerra e genocídio. Ela nomeia o Líder Supremo do Irã, Aiatolá Ali Khamenei, e o comandante da Força Quds do IRGC, Esmail Qaani, como responsáveis por auxiliar o Hamas em seu ataque mortal.

PUBLICIDADE

“O IRGC, sob direção do regime iraniano e especificamente de Khamenei e Qaani, forneceu armas ao Hamas de forma consciente e intencional com o propósito de matar judeus, israelenses e outros membros de um grupo protegido”, afirma o documento.

As crianças Bibas – meninos ruivos cujos rostos se tornaram símbolos da angústia de Israel durante a crise de reféns – foram assassinadas junto com a mãe enquanto estavam em cativeiro do Hamas. Seus corpos foram devolvidos como parte de um acordo de libertação de reféns no início deste ano. O marido de Shiri, Yarden Bibas, também foi sequestrado e libertado em fevereiro como parte do acordo.

A denúncia, apresentada pelo ex-procurador de crimes de guerra do Departamento de Justiça dos EUA, Eli Rosenbaum, e pelo advogado de direitos humanos Elliot Malin, exige que os procuradores do TPI abram uma investigação formal e emitam mandados de prisão para Khamenei e Qaani.

PUBLICIDADE

Ela cita declarações do próprio Hamas reconhecendo o apoio iraniano, além de descobertas de investigações dos EUA sobre o financiamento de Teerã a grupos terroristas regionais.

De acordo com o Israel National News, Khamenei elogiou o massacre de 7 de outubro, mas negou qualquer envolvimento iraniano nele.

“Os apoiadores do regime sionista (Israel) e algumas pessoas no regime usurpador têm espalhado rumores nos últimos dois ou três dias, incluindo que o Irã islâmico estava por trás dessa ação. Eles estão errados”, disse o Líder Supremo do Irã em um discurso em uma academia militar três dias após o ataque.

A negação de Khamenei veio após um relatório do Wall Street Journal que alegava que oficiais de segurança iranianos ajudaram a planejar o ataque do Hamas e deram sinal verde para a ofensiva em uma reunião em Beirute.

Mohammad Javad Zarif, que serviu brevemente como vice-presidente do Irã no início deste ano, também afirmou que o Irã não tinha conhecimento do massacre de 7 de outubro, enquanto alegava que os aliados regionais de Teerã, incluindo o Hamas, frequentemente agiam de forma independente dos interesses do Irã.

Embora o Irã não seja signatário do TPI, o tribunal já afirmou jurisdição sobre Gaza anteriormente, o que levanta a possibilidade de ação legal contra atores externos. O TPI ainda não anunciou se prosseguirá com o caso.

Hoje, 30 de setembro de 2025, essa denúncia destaca as tensões contínuas no Oriente Médio relacionadas ao ataque de 2023.

Icone Tag

Possui alguma informação importante para uma reportagem?

Seu conhecimento pode ser a peça-chave para uma matéria relevante. Envie sua contribuição agora mesmo e faça a diferença.

Enviar sugestão de pauta