O governo da Venezuela deu início às comemorações de Natal nesta terça-feira, 1º de outubro, seguindo uma ordem direta do presidente Nicolás Maduro. Essa é a segunda ocasião seguida em que o país adianta a festividade.
O anúncio oficial veio de Maduro em 08 de setembro, durante o programa Con Maduro +, exibido na emissora estatal VTV. Ele defendeu a decisão ao afirmar que, como o povo venezuelano busca constantemente a felicidade, e para unir e fortalecer as atividades econômicas, comerciais e culturais, o governo aplicaria a mesma fórmula de anos anteriores, que beneficiou a economia, a cultura, a alegria e a felicidade. Maduro ainda declarou: “Ninguém nem nada neste mundo tirarão nosso direito à felicidade, à vida e à alegria.”
Essa antecipação do Natal surge em um momento de escalada nas tensões entre o governo da Venezuela e o governo dos Estados Unidos. Em 05 de setembro, Maduro pediu ao então presidente dos EUA, Donald Trump, que parasse com as ameaças ao país, que começaram em 20 de agosto, quando navios de guerra foram despachados para o Mar do Caribe com o pretexto de combater cartéis de drogas.
De acordo com o Revista Oeste, especialistas veem essa medida como uma estratégia de Maduro para desviar a atenção da população dos graves problemas políticos e econômicos que o país enfrenta no momento. Em 2020, durante a pandemia de covid-19, o presidente já havia antecipado o Natal para 15 de outubro, e em 2021, as celebrações começaram em 04 de outubro, também por determinação presidencial.
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Em 2024, as disputas políticas se agravaram desde as eleições presidenciais de 28 de julho. Maduro se proclamou reeleito, apesar das acusações de fraude eleitoral feitas pela oposição e endossadas por parte da comunidade internacional. A escolha de adiantar o Natal ocorreu no mesmo dia em que o Ministério Público, liderado pelo procurador-geral Tarek William Saab, aliado de Maduro, emitiu uma ordem de prisão contra Edmundo González, o principal candidato da oposição.
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